Governo Lula avalia compra de obuseiros Israelenses apesar da Ideologia

Governo Lula avalia compra de obuseiros Israelenses apesar da Ideologia

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a proposta do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para a aquisição de obuseiros da empresa israelense Elbit Systems. Esta decisão, que estava prevista para maio de 2024, foi adiada devido à intensificação dos conflitos na Faixa de Gaza.

A Proposta de Aquisição

O ministro Múcio sugeriu a compra inicial de duas unidades de um total de 36 viaturas blindadas de obuseiro 155 mm. Essa estratégia visa testar a qualidade e eficácia dos equipamentos antes de prosseguir com a aquisição dos 34 restantes.

A justificativa do Exército Brasileiro para a compra desse armamento é a necessidade de modernizar seu arsenal, uma vez que os obuseiros atuais datam da Segunda Guerra Mundial. A licitação, iniciada em 2017, teve a Elbit Systems como vencedora, selecionada por critérios técnicos e de menor preço.

Resistências Internas e Internacionais

A proposta de aquisição dos obuseiros israelenses enfrenta resistências internas ao governo e entre aliados. Celso Amorim, assessor de Lula para assuntos internacionais, e integrantes do PT expressaram preocupações, argumentando contra a compra de equipamentos de Israel, país criticado por Lula devido às ações militares contra a Palestina.

O ministro Múcio, no entanto, defende a aquisição, afirmando que "as pessoas que estão contra são por motivos políticos, ideológicos" e que sua prioridade é "dotar o Exército Brasileiro de equipamentos mais modernos".

Análise do TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisará na quarta-feira (18 de setembro) se a participação de empresas de países em conflito em licitações brasileiras pode influenciar a decisão final. O esperado é que a corte confirme que não existem restrições nesta situação, o que poderia diminuir a resistência de membros do governo.

Impactos Econômicos e Empregos

O contrato de aquisição dos obuseiros envolve a participação de duas empresas brasileiras, a Ares Aeroespacial e a AEL Sistema, com a promessa de gerar 400 empregos diretos. Essa perspectiva de geração de empregos e fortalecimento da indústria nacional de defesa também é um fator a ser considerado na avaliação da proposta.

Considerações Finais

A decisão sobre a compra dos obuseiros israelenses pelo governo Lula envolve uma complexa análise de fatores técnicos, econômicos e políticos. Enquanto o Exército Brasileiro defende a modernização de seu arsenal, o governo enfrenta resistências internas e internacionais, especialmente em relação à participação de empresas israelenses.

O adiamento da decisão em maio de 2024 e a análise do TCU demonstram a cautela e a necessidade de um amplo debate antes da tomada de uma decisão final. Essa escolha terá impactos significativos não apenas na defesa nacional, mas também nas relações internacionais do Brasil.

Referências

  • Folha de S.Paulo. "Ministro da Defesa propõe a Lula compra de obuseiros israelenses". Disponível em: [link da notícia].
  • Tribunal de Contas da União (TCU). "Análise da participação de empresas de países em conflito em licitações brasileiras". Disponível em: [link do documento do TCU].

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