A Valorização das Terras Agrícolas e os Desafios da Safra 23/24 para a SLC Agrícola

A Valorização das Terras Agrícolas e os Desafios da Safra 23/24 para a SLC Agrícola

Durante a 25ª Conferência Anual do Santander, o CEO da SLC Agrícola (SLCE3), Aurelio Pavinato, abordou importantes tópicos relacionados à valorização das terras agrícolas no Brasil e os desafios enfrentados pela empresa na safra 23/24, marcada pela influência do fenômeno climático El Niño.

A Valorização das Terras Agrícolas

Segundo Pavinato, a SLC Agrícola dividiu o Brasil em três macrorregiões com base em uma estimativa dos preços das terras:

Sul e Sudeste

Nessas regiões, o valor médio do hectare agricultável varia entre R$ 80 mil e R$ 120 mil.

Centro-Oeste

Nesta região, o valor médio do hectare fica entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.

Nordeste

No Nordeste, o valor médio do hectare está na faixa de R$ 40 mil a R$ 60 mil.

O CEO da SLC Agrícola destacou que houve uma valorização significativa das terras no Nordeste, impulsionada pelas últimas safras e pelos investimentos do estado em irrigação. Ele explica que a liberação de licenças para investimentos em irrigação tem permitido a expansão da área plantada, com a possibilidade de realizar dois ciclos produtivos garantidos por ano.

"O estado está liberando licenças para investimento em irrigação, já que os estudos mostram que é possível até triplicar a área plantada com irrigação, sendo que hoje essa é uma únicas regiões que não fazia duas safras. Com irrigação, está sendo possível fazer dois ciclo garantidos, o que resultou nessa valorização imobiliária, que tende a crescer ainda mais", afirma Pavinato.

Essa melhoria na produtividade, com a possibilidade de obter safras mais elevadas, tem sido um dos principais fatores que impulsionam a valorização das terras agrícolas no Nordeste. Segundo o executivo, a Bahia, por exemplo, pode chegar a produzir de 80 a 90 sacas de soja por hectare com o uso da irrigação, ante os 70 a 75 sacas por hectare obtidos tradicionalmente.

No caso do algodão, o potencial produtivo também sobe de 330 arrobas por hectare para 370 a 380 arrobas por hectare com a irrigação.

Pavinato acredita que, no médio e longo prazo, ainda há muito espaço para a valorização imobiliária no Cerrado, região que ainda não está "madura" em termos de oferta de terras e logística. Ele destaca que o frete do Cerrado para os portos é mais caro em comparação com o Sul do país, mas com o avanço das ferrovias e da indústria local, a tendência é de melhora, o que deve se refletir no valor das terras.

Os Desafios da Safra 23/24

Apesar da valorização das terras agrícolas, a safra 23/24 da SLC Agrícola enfrentou desafios em função da influência do fenômeno climático El Niño.

Segundo o CEO, havia uma expectativa de quebra de safra no Nordeste, devido à menor incidência de chuvas característica de anos com a presença do El Niño. No entanto, as maiores perdas acabaram ocorrendo no Centro-Oeste, especificamente no Mato Grosso, onde a empresa registrou uma queda de 17% na produção de soja.

"A Bahia é a região que mais sofre quando tem El Niño, mas neste ano quem sofreu foi o Mato Grosso. No estado, perdemos 17% da produção de soja, significativo para o nosso resultado. Felizmente, tivemos uma alta produtividade e qualidade para o algodão", afirmou Pavinato.

Outro desafio enfrentado pela SLC Agrícola foi a queda nas margens do setor, com a redução dos preços internacionais da soja, milho e algodão. Porém, a empresa conseguiu manter custos competitivos, graças à aquisição oportuna de fertilizantes, cujos preços também variam bastante no mercado internacional.

"A execução do nosso trabalho é a parte mais desafiante do negócio, por sermos uma indústria a céu aberto. No nosso caso, o comprometimento do time, cultura da empresa e qualificação da equipe que garante uma execução com eficiência. E essa execução correta passa por garantir o máximo de produtividade depois do plantio", explicou o CEO.

Apesar dos desafios, a SLC Agrícola conseguiu manter uma margem razoável no último ciclo, o que, segundo Pavinato, está relacionado à sua fortaleza, baixo custo e alta produtividade.

No segundo trimestre de 2024, a empresa registrou um recuo de 7,8% em seu lucro líquido, que chegou a R$ 321,142 milhões.

Em resumo, a valorização das terras agrícolas, impulsionada pelos investimentos em irrigação e pela melhoria da produtividade, tem sido um importante tema para a SLC Agrícola. Ao mesmo tempo, a empresa enfrenta desafios relacionados às condições climáticas e à queda nas margens do setor, mas tem conseguido manter sua competitividade e rentabilidade.

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