A Regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita

A Regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita

A recente assinatura do decreto que regulamenta a Política Nacional de Leitura e Escrita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 5 de setembro de 2024 reacendeu o debate sobre propostas para aumentar o número de leitores espontâneos no país. Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), defende a combinação da distribuição de livros em formato digital e impresso como uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo.

A Queda no Número de Leitores

De acordo com a última edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", divulgada em 2020, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. Esse cenário preocupante evidencia a necessidade de ações concretas para reverter essa tendência e promover o hábito da leitura entre a população.

A Experiência Internacional

Cid aponta que experiências realizadas em escolas de outros países, como a Suécia, podem servir de orientação para o Brasil. Segundo ele, instituições que adotaram apenas o modelo digital obtiveram resultados piores na assimilação dos conteúdos pelos alunos, em comparação com aquelas que combinaram formatos digitais e impressos.

O Papel do Livro Digital

Apesar dessa constatação, Cid reconhece que a versão eletrônica pode ser uma solução interessante para locais em que o transporte de volumes impressos é complicado, além de ampliar o acesso a livros especializados. Ele cita o exemplo dos livros técnico-científicos, que compuseram bibliotecas digitais e puderam ser lidos, complementando a biblioteca física.

Combinando Soluções

Para atender às diferentes realidades do país, Cid sugere um "mix de soluções": bibliotecas físicas em municípios tradicionais e, em locais com acesso mais complicado, a combinação de produtos impressos entregues gradualmente com livros digitais de disponibilidade imediata.

O Papel do Governo

Nesse contexto, Cid destaca a importância da atuação conjunta dos Ministérios da Educação, das Cidades e da Cultura para viabilizar essa estratégia. Ele acredita que o Ministério da Educação, responsável pela disponibilização de livros digitais, pode trabalhar em conjunto com os demais órgãos para garantir o acesso à leitura em todo o país.

O Decreto como Compromisso

Para Pierre André Ruprecht, diretor-executivo da biblioteca digital gratuita de São Paulo SP Leituras, o decreto assinado pelo presidente Lula é fundamental para encaminhar medidas concretas e colocá-las em prática. Ele afirma que o decreto representa "mais do que uma afirmação de interesse ou de intenção. É um compromisso de execução de ações concretas e importantes para caminharmos juntos nesse objetivo, de termos, de fato, um país leitor, com acesso a conhecimento e à literatura".

Diante desse cenário, a regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita abre caminho para a implementação de soluções inovadoras que combinem formatos digitais e impressos, visando incentivar a leitura e reverter a queda no número de leitores no Brasil. Com o apoio do governo e a colaboração entre diferentes setores, é possível construir um país mais letrado e com maior acesso ao conhecimento e à literatura.

Related Content

Back to blog

Leave a comment

Please note, comments need to be approved before they are published.