É com profunda tristeza que a comunidade do futebol mundial recebe a notícia do falecimento de Sven-Göran Eriksson, um dos maiores treinadores de todos os tempos. O sueco, que conquistou inúmeros títulos nacionais e internacionais, morreu nesta segunda-feira, aos 76 anos, após uma batalha contra um câncer terminal no pâncreas.
Eriksson, que ficou conhecido por seu estilo de jogo ofensivo e sua capacidade de liderar equipes de elite, deixa um legado inestimável no mundo do futebol. Sua carreira como treinador foi marcada por conquistas memoráveis, como o título da Taça UEFA com a Lazio, em 1999, e os campeonatos nacionais conquistados com o Benfica, em Portugal, e a Lazio, na Itália.
Mas sua passagem mais icônica foi sem dúvida à frente da seleção da Inglaterra, entre 2001 e 2006. Apesar de não ter conseguido levar a equipe a nenhum título, Eriksson conseguiu transformar a Seleção Inglesa em uma das melhores do mundo, chegando às quartas de final da Copa do Mundo de 2002 e da Eurocopa de 2004.
Sua capacidade de extrair o melhor de seus jogadores, sua visão tática apurada e sua liderança carismática fizeram dele um dos treinadores mais respeitados e admirados do futebol mundial. Mesmo após sua saída da seleção inglesa, Eriksson continuou a comandar equipes de alto nível, como o Manchester City e a seleção do México.
A carreira de um visionário
Sven-Göran Eriksson nasceu em 5 de fevereiro de 1948, na pequena cidade de Sunne, na Suécia. Desde cedo, o jovem Eriksson demonstrava uma paixão pelo futebol, jogando nas categorias de base de clubes locais. Sua carreira como jogador, no entanto, não decolou, e ele logo se voltou para a função de treinador.
Seu primeiro grande desafio foi assumir o comando do Degerfors IF, em 1977, onde ficou por três temporadas. Foi nessa época que Eriksson começou a desenvolver seu estilo de jogo ofensivo e sua capacidade de liderar equipes. Seus resultados positivos chamaram a atenção de clubes maiores, e em 1982 ele foi contratado pelo IFK Göteborg.
No IFK Göteborg, Eriksson conquistou dois campeonatos suecos e a Taça UEFA de 1982, tornando-se um dos treinadores mais cobiçados da Europa. Seu sucesso no clube chamou a atenção da seleção nacional da Noruega, que o contratou em 1994.
Apesar de não ter conseguido levar a Noruega a uma grande competição internacional, Eriksson mostrou sua habilidade em desenvolver equipes e jogadores. Sua passagem pela seleção norueguesa foi um importante passo em sua carreira, preparando-o para os desafios que viriam a seguir.
O sucesso na Itália e em Portugal
Em 1997, Eriksson aceitou o convite para assumir o comando do Benfica, em Portugal. Sua chegada ao clube da Luz foi marcada por uma grande expectativa, e o treinador sueco não decepcionou. Já na sua primeira temporada, Eriksson conquistou o campeonato português, estabelecendo-se como um dos melhores treinadores do país.
Sua passagem pelo Benfica foi curta, mas muito bem-sucedida. Em 1999, Eriksson recebeu uma proposta irrecusável da Lazio, da Itália. Novamente, o treinador sueco mostrou sua capacidade de transformar equipes, levando a Lazio a conquistar a Taça UEFA naquele ano.
Eriksson se consolidou como um dos melhores treinadores do mundo nessa época. Sua capacidade de ler o jogo, de desenvolver jogadores e de criar equipes competitivas o colocaram em um patamar de elite. Seus trabalhos no Benfica e na Lazio o tornaram um nome cobiçado no futebol europeu.
O desafio da seleção inglesa
Em 2001, Eriksson recebeu o convite para assumir o comando da seleção da Inglaterra, um dos maiores desafios de sua carreira. A Seleção Inglesa era uma equipe repleta de estrelas, mas que não conseguia se impor no cenário internacional há anos.
Eriksson chegou com a missão de transformar a Inglaterra em uma potência mundial novamente. E ele não decepcionou. Já em sua primeira Copa do Mundo, em 2002, a Inglaterra chegou às quartas de final, sendo eliminada apenas nos pênaltis pela seleção da Espanha.
Dois anos depois, na Eurocopa de 2004, a Seleção Inglesa voltou a se destacar, chegando novamente às quartas de final, dessa vez sendo eliminada pela anfitriã Portugal. Apesar de não ter conquistado nenhum título, Eriksson conseguiu resgatar o orgulho e a confiança da torcida inglesa, transformando a equipe em uma das melhores do mundo.
Sua passagem pela seleção da Inglaterra foi marcada por momentos de glória e também por algumas polêmicas. Eriksson era um treinador exigente e não hesitava em tomar decisões impopulares, o que por vezes o colocava em confronto com a imprensa e a torcida.
Mesmo assim, sua capacidade de liderar equipes e de extrair o melhor de seus jogadores o tornaram um dos treinadores mais respeitados do futebol mundial. Sua saída da seleção inglesa, em 2006, foi recebida com tristeza pelos torcedores, que reconheciam o trabalho realizado pelo sueco.
Últimos anos e legado
Após deixar a seleção da Inglaterra, Eriksson continuou sua carreira como treinador, comandando equipes como o Manchester City, a seleção do México e o Ivory Coast. Apesar de não ter conquistado mais títulos de expressão, o sueco manteve seu estilo de jogo ofensivo e sua capacidade de liderar equipes.
Nos últimos anos, Eriksson se afastou dos gramados, mas continuou envolvido com o futebol. Ele participou de projetos de desenvolvimento de jogadores e de análise tática, compartilhando sua vasta experiência com as novas gerações.
A notícia de seu falecimento nesta segunda-feira, aos 76 anos, após uma batalha contra um câncer terminal no pâncreas, deixa a comunidade do futebol mundial em luto. Eriksson foi um dos treinadores mais influentes de sua época, transformando equipes e jogadores, e deixando um legado que será lembrado por muito tempo.
Sua capacidade de ler o jogo, de desenvolver jogadores e de criar equipes competitivas o colocaram entre os melhores treinadores da história do futebol. Eriksson será lembrado como um visionário, um líder carismático e um profissional dedicado, que deixou sua marca indelével no esporte que amava.
Descanse em paz, Sven-Göran Eriksson. Sua contribuição para o futebol mundial será eternamente lembrada.