Queimadas no Brasil: Uma Ameaça Coordenada e Criminosa

Queimadas no Brasil: Uma Ameaça Coordenada e Criminosa

Ao todo, 46 municípios brasileiros estão em alerta máximo para queimadas. Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeitam que os incêndios que têm assolado o país, sobretudo no interior de São Paulo, tenham sido causados por uma coordenação criminosa. Autoridades comparam os eventos a um novo "Dia do Fogo", quando fazendeiros de Novo Progresso, no Pará, convocaram uma mobilização para incendiar áreas da Floresta Amazônica em 2019.

Ação do Governo Federal

Com as crescentes queimadas no Estado paulista, o presidente Lula se reuniu com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), na tarde deste domingo (25), em Brasília, para discutir ações de combate aos eventos. Acompanhavam Lula o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais Alexandre Padilha e a primeira-dama Rosângela Silva.

Marina afirmou que 31 inquéritos já foram abertos pela Polícia Federal para apurar os incêndios supostamente criminosos. Um deles diz respeito aos fogos em São Paulo, e um segundo também deve ser aberto nos próximos dias referente à mesma região. "Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade", afirmou a ministra.

Mais cedo, Marina afirmou em sua conta no X (antigo Twitter) que o governo federal enviou um avião da Forca Aérea Brasileira, o KC-390, para ajudar no combate ao fogo que assola o estado paulista nos últimos dias. A aeronave, contudo, não conseguiu operar por causa do denso nevoeiro de fumaça.

Situação em São Paulo

O número de focos de incêndio registrados em agosto em São Paulo é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Marina conversou com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda no sábado (24), para prestar solidariedade e se colocou à disposição para "enfrentarmos conjuntamente essa situação, intensificada pelos fortes ventos e pela seca".

Tarcísio, por sua vez, disse neste domingo (25) que o Estado está enviando ajuda humanitária para desabrigados por conta da situação. "Elas estão em abrigos. Estamos mandando colchões, água, kit de higiene e cestas básicas. Depois, vamos entrar na questão habitação", afirmou o governador em coletiva de imprensa em Ribeirão Preto, uma das cidades mais afetadas.

Ele, porém, não informou quantas pessoas estão desabrigados ou quantas casas foram danificadas pela onda de incêndios que atinge o interior. De acordo com o boletim, publicado às 10h41, há 21 cidades que enfrentam focos ativos. Ao todo, são 46 municípios em alerta máximo para queimadas.

Investigações e Prisões

Ainda neste domingo, Tarcísio de Freitas confirmou a prisão de dois suspeitos por atear fogo em áreas rurais da região de Ribeirão Preto.

"Nós tivemos ação de criminosos. Ontem, uma prisão em São José do Rio Preto, hoje de manhã uma prisão em Batatais de um criminoso com passagem pela polícia. Ele estava com gasolina, ateando fogo, querendo agravar a situação. É uma coisa que nós não vamos tolerar", afirmou o governador.

Segundo Tarcísio, as ações criminosas se somaram às condições climáticas adversas para piorar os incidentes.

Impactos e Desafios

As queimadas têm causado diversos impactos na região, com desabrigados e danos materiais. Tarcísio afirmou que o Estado está prestando ajuda humanitária, enviando colchões, água, kits de higiene e cestas básicas para os abrigos.

No entanto, o governador não revelou o número exato de pessoas desabrigadas ou de casas danificadas, evidenciando a gravidade da situação. Além disso, as condições climáticas adversas, como os fortes ventos e a seca, têm dificultado os esforços de combate aos incêndios.

Conclusão

Diante desse cenário alarmante, é evidente a necessidade de uma ação conjunta e coordenada entre os governos federal e estadual, bem como a atuação da Polícia Federal para investigar e punir os responsáveis por esses atos criminosos. A preservação do meio ambiente e a proteção da população afetada devem ser prioridades imediatas.

Espera-se que as medidas adotadas pelo governo consigam conter a propagação das queimadas e mitigar os impactos causados à população e ao ecossistema. Somente com uma resposta firme e eficaz, será possível enfrentar essa ameaça coordenada e criminosa que assola o país.

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