O Novo CEO da Vale: Desafios e Oportunidades

O Novo CEO da Vale: Desafios e Oportunidades

Depois de um longo período de apreensão entre os investidores, o conselho de administração da Vale (VALE3) elegeu Gustavo Pimenta como novo presidente da companhia. Atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da mineradora, Pimenta assumirá em 2025 a vaga do atual CEO Eduardo Bartolomeo. A decisão por Gustavo Pimenta afasta essa possibilidade, já que o futuro CEO é um executivo de longa carreira no mercado.

Formado em economia, Pimenta está na Vale desde 2021. Ao longo dos mais de 20 anos de carreira, atuou na divisão global da AES e no Citigroup. O analista Ruy Hungria, da Empiricus, viu com bons olhos a nomeação. "O ponto mais positivo envolve a governança da Vale, que estava sob suspeita desde que a troca de CEO começou a ser veiculada. Essa escolha, por hora, elimina a possibilidade de interferência política".

Desafios do Novo CEO

No entanto, a questão da governança não é o único desafio que pesava sobre as ações da Vale. Segundo o analista, dentre as "nuvens carregadas" pairando sobre a companhia, estão:

  • Compensações pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana;
  • Momento econômico da China;
  • Preço do minério de ferro; e
  • Eficiência operacional abaixo dos pares.

"Entendemos que muito disso já está precificado e abre espaço para uma reprecificação positiva caso tenhamos decisões ou consequências favoráveis envolvendo esses processos", disse Ruy Hungria.

É preciso levar em conta que, dos problemas citados acima, a economia chinesa e o preço do minério de ferro fogem do controle da Vale, enquanto os imbróglios judiciais relacionados ao rompimento da barragem de Mariana devem ser resolvidos ainda em 2024.

Por isso, o analista avalia que o principal desafio para o novo CEO em 2025 será o ganho de eficiência para produzir enquanto o preço do minério de ferro está depreciado. "Não parece provável que vamos ver o minério próximo dos US$ 200 como vimos há alguns anos".

Além disso, uma outra agenda importante será em relação aos metais de transição, da divisão Vale Base Metals. "É uma parcela da Vale que tem uma parte importante no futuro, porque estamos falando de metais de transição, principalmente para eletrificação de veículos. Mas vem sofrendo com muitas paradas, falta de eficiência e produção abaixo das expectativas nos últimos trimestres".

Por isso, avalia Ruy Hungria, será um desafio do novo CEO transformar a Vale em uma companhia também vista como uma empresa que vai ter "papel importante no futuro". "Narrativas têm um papel importante no preço das ações", afirmou o analista.

Oportunidades para os Investidores

O analista revela que a Empiricus tem uma recomendação de compra para as ações VALE3 com foco nos dividendos pagos aos acionistas. "Neste primeiro momento temos a Vale muito mais por uma questão de geração de caixa e remuneração via dividendos do que propriamente por ganhos exuberantes de capital".

No entanto, o analista entende que, por mais que algumas nuvens carregadas pairam sobre a tese no momento, "o papel está muito barato", o que abre espaço para valorizações – como foi na terça-feira (27) após a escolha do novo CEO. "Enquanto estamos sendo bem remunerados via dividendos, esperamos com mais tranquilidade essa tese voltar a ganhar mais atenção do mercado", recomenda.

Para os investidores que buscam ações que oferecem retornos via ganho de capital e dividendos, o analista tem outras cinco ações preferidas no momento. São papéis que, além de gerarem caixa e pagarem proventos robustos, têm gatilhos que podem gerar valorização no preço das ações em um período de tempo menor que a Vale, que ainda tem questões a resolver.

É importante destacar que Ruy Hungria é responsável, junto ao co-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, pela carteira de dividendos da casa, que já rendeu quase 160% do Ibovespa desde a criação, em 2014, até 1º de agosto deste ano.

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