O Crescimento do Financiamento Automotivo no Brasil

O Crescimento do Financiamento Automotivo no Brasil

O mercado de financiamento automotivo no Brasil tem apresentado uma retomada significativa nos últimos meses, com a concessão de crédito e a redução da inadimplência. Esse movimento reflete a recuperação da produção das montadoras e a melhora no perfil de crédito dos consumidores.

De acordo com dados do Banco Central, a concessão de financiamentos automotivos no País somou R$ 16,8 bilhões em junho deste ano, um aumento de 32,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse cenário é acompanhado pelo crescimento dos emplacamentos de veículos novos, que subiram 15,6% no primeiro semestre de 2023, segundo a Fenabrave.

A Aceleração do Crédito

A liberação de crédito para a compra de veículos tem acompanhado o aumento das vendas, tanto de veículos novos quanto de seminovos e usados. Os bancos, que no ano passado adotaram uma postura mais cautelosa, agora estão mais dispostos a conceder financiamentos.

"Passamos 2022 desacelerando o transatlântico, e da mesma forma que fomos o primeiro banco a tirar um pouco o pé, começamos a perceber no começo de 2023 uma situação melhor", afirma Cezar Janikian, diretor da Santander Financiamentos, líder em financiamento automotivo no País.

Essa aceleração no crédito tem produzido resultados expressivos para os bancos. No primeiro semestre, o Santander liberou R$ 26,5 bilhões em financiamentos, enquanto o BV, líder no financiamento de veículos leves usados, alcançou R$ 13,6 bilhões.

O Mercado de Usados

Um fenômeno interessante observado no mercado é a relação entre a venda de veículos novos e usados. No primeiro semestre deste ano, a cada carro novo emplacado no Brasil, cinco usados foram vendidos. Os bancos acreditam que essa relação deve convergir para uma proporção de um para quatro, à medida que a produção das montadoras se normaliza.

"A base de ativos potenciais deve ter um aumento de cerca de 15%", diz o presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef), Paulo Noman. Essa movimentação no mercado de usados ajuda os bancos a recuperarem valores quando retomam carros cujo financiamento não foi pago.

Mudanças nos Padrões de Financiamento

Além do aumento na concessão de crédito, o perfil dos financiamentos também tem passado por transformações. O prazo médio das operações, por exemplo, caiu para 48 meses, praticamente extinguindo os parcelamentos longos, de até 96 meses, vistos no começo dos anos 2010.

Outro aspecto relevante é a taxa de juros. Embora mais barata que linhas de crédito pessoal, já que o próprio automóvel é a garantia, o financiamento automotivo não teve um barateamento maior porque os juros futuros não arrefeceram. Segundo Cezar Janikian, do Santander, "em um financiamento de 48 meses, a taxa futura base para a captação é a de 48 meses".

Perspectivas para o Futuro

O cenário atual do financiamento automotivo no Brasil aponta para uma retomada consistente, com a melhora na produção das montadoras e no perfil de crédito dos consumidores. Os bancos estão mais dispostos a conceder financiamentos, o que se reflete nos resultados expressivos registrados no primeiro semestre.

No entanto, é importante ressaltar que o mercado ainda enfrenta alguns desafios, como a alta dos custos, especialmente os atrelados ao dólar, e a redução na oferta de veículos populares, que eram a principal tração desse segmento no passado.

Apesar dessas nuances, o financiamento automotivo no Brasil tem se mostrado um mercado promissor, com oportunidades de crescimento e inovação. As instituições financeiras estão atentas a essa tendência e buscam adaptar seus produtos e serviços para atender às necessidades dos consumidores.

contenido relacionado

Regresar al blog

Deja un comentario

Ten en cuenta que los comentarios deben aprobarse antes de que se publiquen.