A UBA se soma ao repúdio contra declarações do ministro da Justiça argentino sobre identidades sexuais

A UBA se soma ao repúdio contra declarações do ministro da Justiça argentino sobre identidades sexuais

A Universidade de Buenos Aires (UBA), principal instituição de ensino superior da Argentina, juntou-se nesta quinta-feira, 29 de agosto de 2024, ao coro de organizações de defesa dos direitos humanos e parlamentares opositores que condenam as declarações do ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, sobre identidades sexuais.

Durante uma exposição à comissão de Mulheres e Diversidade do Congresso, Cúneo Libarona afirmou que o governo não apoia "identidades sexuais que não se alinham com a biologia", classificando-as como "invenções subjetivas". Essas declarações geraram uma onda de indignação e repúdio em diversos setores da sociedade argentina.

O posicionamento da UBA

Em um documento oficial, a Universidade de Buenos Aires rejeitou veementemente os comentários do ministro, afirmando que eles "desconhecem as bases legais e constitucionais" e "os direitos de todas as pessoas, sem distinção de gênero ou orientação sexual". A UBA reafirmou seu compromisso com a diversidade e a inclusão, destacando que não pode aceitar manifestações que neguem a existência e a legitimidade de identidades de gênero e orientações sexuais.

As reações de parlamentares e organizações

As declarações de Cúneo Libarona também foram duramente criticadas por parlamentares presentes à reunião da comissão, como o deputado opositor Maximiliano Ferraro, que as classificou como "uma barbaridade". Ferraro, que se declarou abertamente gay, ressaltou que ser homossexual, lésbica, travesti ou transexual sempre esteve associado à "ignomínia e à discriminação" na sociedade argentina.

A Federação Argentina LGBT+ também condenou as falas do ministro, considerando-as "inaceitáveis" e expressão da "profunda ignorância de quem deveria estar protegendo nossos direitos humanos fundamentais, em vez de violá-los". O deputado opositor e ativista Esteban Paulon fez um pedido formal ao presidente Javier Milei para que demita Cúneo Libarona e nomeie alguém que respeite os direitos humanos.

Além disso, a Anistia Internacional Argentina condenou "os discursos que promovem a violência e o ódio contra a diversidade", reafirmando seu compromisso com a luta pela igualdade e o respeito à diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais.

O posicionamento do governo

Em coletiva de imprensa, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, expressou apoio às declarações de Cúneo Libarona e afirmou que o governo não pedirá a renúncia do ministro. Essa postura do Executivo apenas reforça a percepção de que a atual administração não está alinhada com os avanços conquistados na defesa dos direitos LGBTQIA+ na Argentina.

Conclusão

As declarações do ministro da Justiça argentino Mariano Cúneo Libarona, negando a legitimidade de identidades sexuais que não se alinham com a "biologia", geraram uma onda de repúdio e condenação de diversos setores da sociedade, incluindo a prestigiada Universidade de Buenos Aires. Esse episódio evidencia a necessidade de um compromisso firme e inequívoco do governo com a proteção e a promoção dos direitos da comunidade LGBTQIA+, em consonância com os avanços legais e constitucionais conquistados no país.

A luta pela igualdade e o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual segue sendo um desafio fundamental na Argentina, exigindo a atuação decidida de instituições, parlamentares e organizações da sociedade civil para barrar retrocessos e assegurar que todos os cidadãos tenham seus direitos fundamentais garantidos, independentemente de sua identidade ou expressão de gênero.

contenido relacionado

Regresar al blog

Deja un comentario

Ten en cuenta que los comentarios deben aprobarse antes de que se publiquen.