A ação da Gerdau disparou quase 7% na manhã de hoje depois de reportar um resultado que bateu as expectativas do mercado e ajudou também pela eleição de Donald Trump. O papel é a maior alta do Ibovespa – que opera em queda de 1,2%.
A Gerdau transmitiu "resultados sólidos em condições de mercado adversários" e, "embora ainda não saibamos ao certo o que o novo mandato de Trump envolve, a história mostra que ele apoia o setor siderúrgico", escreveram os analistas Leo Correa e Marcelo Arazi do BTG Pactual.
O impacto das tarifas de Trump
A Seção 232, em que os EUA impuseram tarifas de 25% sobre importações de aço e de 10% sobre compras de alumínio, foi fundamental para que a margem EBITDA da Gerdau na América do Norte disparasse de níveis médios (7 a 10%) para mais de 20% durante o primeiro governo Trump.
"Olhando para frente, pensamos ver tarifas ainda mais altas, uma indústria americana fortalecida, indiretamente indiretas de aços reduzidos, impostos potencialmente menores e um real mais fraco. Tudo isso é positivo para os negócios da Gerdau nos EUA", escreveram os analistas.
Resultados do terceiro trimestre
A siderúrgica reportou os resultados do terceiro trimestre ontem e, apesar de ter apresentado EBITDA e menores lucro em comparação ao ano passado, os números superaram o mercado.
O EBITDA caiu 10% e ficou em R$ 3 bilhões – mesmo assim, 5% acima da estimativa do BTG. A margem EBITDA, por sua vez, ficou em 16,9%, 1,1 ponto acima do que o BTG esperava.
O fluxo de caixa livre também ficou acima das projeções: R$ 1,2 bilhão (12,5% de rendimento anualizado). Para completar, a alavancagem da Gerdau chegou a 0,32x – queda de 0,02 ponto em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o top line teve alta de 1,8% e ficou em R$ 17,4 bilhões.
Avaliação da ação
O BTG vê a ação da Gerdau negociando um EBITDA de 4x em 2025 – um nível bem abaixo de seus pares nos EUA (entre 6x a 8x).
Mesmo com a alta de hoje, a ação está praticamente estável nos últimos doze meses. A empresa vale R$ 40,8 bilhões na B3.
Conclusão
A Gerdau mostrou resultados sólidos no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado. Isso se deve em grande parte às tarifas que podem ser impostas por Trump sobre as importações de aço, que fortaleceram a posição da empresa nos Estados Unidos.
Apesar da alta de hoje, a ação ainda é vista como atrativa pelos analistas, que projetam uma melhora ainda maior nos próximos anos. Com a possibilidade de novas medidas protecionistas e um cenário positivo para a indústria siderúrgica americana, a Gerdau parece estar bem posicionada para se beneficiar desse contexto.