Rússia lança novos ataques com mísseis e drones contra a Ucrânia

Rússia lança novos ataques com mísseis e drones contra a Ucrânia

A Rússia lançou dezenas de mísseis e drones contra a Ucrânia, em uma segunda noite de bombardeios intensos que deixaram pelo menos quatro mortos, informaram as autoridades de Kiev nesta terça-feira (27).

O Exército ucraniano afirmou que as tropas de Moscou lançaram 91 dispositivos contra o seu território, dos quais conseguiram derrubar 60 drones explosivos Shahed e cinco mísseis de diferentes tipos. "Infelizmente, apesar do trabalho eficaz da nossa defesa aérea, quatro pessoas morreram e 16 ficaram feridas", lamentou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Telegram.

Ataques às infraestruturas energéticas

As mortes ocorreram nas regiões de Zaporizhzhia e Kryvyi Rih, no sudeste da ex-república soviética, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. "Estão em curso operações de resgate nos locais dos bombardeios e onde caíram os destroços" dos mísseis e drones derrubados pelas defesas aéreas ucranianas, explicou Zelensky.

Durante a noite, jornalistas da AFP ouviram uma forte explosão em Kiev, provavelmente devido à interceptação de um projétil russo pelas defesas aéreas. A vida na capital ucraniana voltou ao normal pela manhã e seus habitantes foram trabalhar normalmente.

No entanto, a imagem era diferente no dia anterior. Na segunda-feira, centenas de pessoas se refugiaram em porões em Kiev para evitar os ataques "em larga escala" de mísseis e drones russos às infraestruturas energéticas da Ucrânia. Os bombardeios causaram pelo menos quatro mortes e forçaram as autoridades ucranianas a impor cortes de energia de emergência.

"O inimigo lançou o maior ataque com mísseis e drones contra a rede elétrica ucraniana desde o início da guerra", afirmou a Ukrenergo, a empresa nacional de energia. Alguns bairros de Kiev ainda estavam sem energia elétrica na manhã desta terça-feira.

Incursões ucranianas no território russo

Confrontada com repetidos ataques aéreos ao seu território, a Ucrânia intensificou nos últimos meses o bombardeio do território russo, especialmente das regiões fronteiriças. Também partiu para a ofensiva no início de agosto, com uma incursão terrestre na região russa de Kursk para enfrentar tropas maiores e mais bem equipadas no front leste.

O comandante-chefe das forças ucranianas, Oleksander Sirski, garantiu nesta terça-feira que as suas tropas já controlam 100 cidades e 1.294 km2 de terra em Kursk, onde também capturaram 594 soldados russos. O governador da região russa de Belgorod, também fronteiriça e vizinha de Kursk, disse por sua vez ter recebido informação de outra tentativa de incursão das forças armadas ucranianas.

Avanço russo no Leste

Enquanto isso, na Ucrânia, o Exército russo reivindicou a captura da cidade de Orlivka no seu avanço em direção à cidade mineradora de Pokrovsk, um importante centro logístico do front leste. Nessa mesma região de Donetsk, as autoridades decidiram na segunda-feira ampliar as retiradas ao redor da cidade de Kostiantinivka, localizada a cerca de 15 km do front, devido à "deterioração das condições de segurança".

Com estas incursões, Kiev tenta criar uma "zona tampão" para se proteger dos ataques russos contra o seu território e compensar o alcance limitado das armas disponibilizadas pelos seus aliados ocidentais, apesar dos pedidos de Zelensky.

Apesar dos esforços da defesa aérea ucraniana, os ataques russos com mísseis e drones continuam a causar baixas e danos às infraestruturas do país. A Ucrânia intensifica suas próprias operações ofensivas, especialmente nas regiões fronteiriças com a Rússia, em uma tentativa de criar uma zona de segurança e compensar as limitações de seu arsenal. Enquanto isso, o conflito segue se desenrolando, com avanços e recuos em diferentes frentes, deixando a população civil sob constante ameaça.

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