A líder da indústria siderúrgica alemã ThyssenKrupp Steel (TKS) alertou recentemente que os trabalhadores da empresa sediada em Duisburg enfrentarão cortes profundos devido ao declínio do mercado siderúrgico europeu. Em 28 de setembro, a mídia alemã citou Dennis Grimm, porta-voz do conselho executivo da TKS, dizendo: "A situação atual do mercado se deteriorou novamente nos últimos meses e, infelizmente, não há recuperação à vista". Grimm observou que a produtora de flats está agora desenvolvendo um novo plano de negócios.
Embora tenha se recusado a quantificar as perdas de empregos em potencial resultantes do novo plano, Grimm observou que haveria "menos do que hoje". No total, a TKS emprega cerca de 27.000 pessoas em toda a Europa.
Declínio da indústria siderúrgica alemã está ligado à dependência de recursos russos
A bobina laminada a quente caiu constantemente na Europa ao longo de 2024 devido à má situação econômica e às taxas de juros mais altas do Banco Central Europeu, o que colocou pressão significativa na demanda. As transações para o produto laminado plano foram de cerca de € 520-525 (US$ 575-580) por tonelada métrica com entrega no final de setembro, abaixo das ofertas de cerca de € 720 por tonelada métrica EXW em janeiro deste ano.
A notícia dificilmente foi uma surpresa para um observador da indústria. "Era óbvio", ele disse. A fonte destacou a maior dependência da Alemanha de recursos naturais mais baratos da Rússia, que foram sancionados após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, bem como a concorrência mais acirrada da China.
Impacto da guerra na Ucrânia e das sanções à Rússia
A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 e as subsequentes sanções impostas à Rússia tiveram um impacto significativo na indústria siderúrgica alemã. A Alemanha, que anteriormente dependia em grande medida dos recursos naturais russos, incluindo gás natural e minério de ferro, viu-se forçada a buscar alternativas mais caras e menos confiáveis.
Isso, combinado com a desaceleração econômica geral na Europa, resultou em uma queda acentuada na demanda por aço. As empresas siderúrgicas, como a ThyssenKrupp Steel, foram forçadas a enfrentar custos mais altos de matérias-primas e energia, o que afetou sua lucratividade.
Concorrência da China
Além disso, a indústria siderúrgica alemã enfrenta uma crescente concorrência da China. A China, que é o maior produtor de aço do mundo, tem sido capaz de oferecer preços mais baixos devido à sua vantagem em custos de produção. Isso tem pressionado as empresas siderúrgicas alemãs a reduzir seus preços, o que, por sua vez, afeta suas margens de lucro.
Planos de reestruturação da ThyssenKrupp Steel
Diante desses desafios, a ThyssenKrupp Steel está desenvolvendo um novo plano de negócios para enfrentar a crise. Embora a empresa não tenha divulgado detalhes específicos sobre o plano, é provável que envolva medidas como redução de custos, otimização da produção e busca de novos mercados.
É importante ressaltar que a crise na indústria siderúrgica alemã não afeta apenas a ThyssenKrupp Steel. Outras empresas do setor, como a Salzgitter AG e a Arcelormittal Deutschland, também estão enfrentando desafios semelhantes.
Conclusão
A crise na indústria siderúrgica alemã é um reflexo das mudanças geopolíticas e econômicas que afetam a Europa como um todo. A dependência da Alemanha de recursos russos, a desaceleração econômica e a concorrência da China têm sido fatores-chave nesse cenário. A ThyssenKrupp Steel, como líder do setor, está desenvolvendo um novo plano de negócios para enfrentar esses desafios, o que provavelmente envolverá cortes profundos em sua força de trabalho.
À medida que a indústria siderúrgica alemã se adapta a essas mudanças, é importante que as empresas do setor e o governo alemão trabalhem em conjunto para encontrar soluções sustentáveis e proteger os empregos dos trabalhadores. Somente com uma abordagem coordenada e estratégica, a indústria siderúrgica alemã poderá superar essa crise e se posicionar para o futuro.