A ação da Gerdau (GGBR4) ainda não engatou no ano de 2024, com uma queda de 5% no período, o que pode abrir uma janela interessante para investidores, de acordo com o relatório recente do Goldman Sachs. Segundo os analistas Márcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, a ação parece "desacoplada dos fundamentos" da empresa, apresentando uma oportunidade atraente de compra.
Análise do Goldman Sachs
O Goldman Sachs destaca que, apesar da queda no preço da ação, as margens da Gerdau na América do Norte mostraram-se mais resilientes do que o esperado, enquanto as margens do Brasil têm apresentado uma tendência ascendente, impulsionadas por uma combinação de melhores preços e menores custos.
Pontos de Otimismo
Entre os principais pontos de otimismo destacados pelo Goldman Sachs em relação à Gerdau, estão:
- A empresa está amplamente isolada da volatilidade do minério de ferro, sendo totalmente integrada.
- As margens resilientes nos Estados Unidos, onde a Gerdau opera em um nicho de mercado com exposição a uma potencial retomada de investimentos em infraestrutura.
- A baixa alavancagem financeira da empresa, o que pode abrir espaço para um programa de recompra de ações.
- O ciclo de investimento de R$ 6,6 bilhões (18% do valor de mercado) a ser concluído até o final de 2026, o que pode gerar um Ebitda incremental.
Dividendos e Avaliação Atrativa
Recentemente, a Gerdau anunciou que R$ 1,8 bilhão (ou 5% do valor de mercado) de depósitos judiciais retornarão ao seu balanço devido a uma decisão judicial favorável. Segundo o Goldman Sachs, isso "aumenta a capacidade de recompra e dividendos" da empresa.
Assumindo o desacoplamento das ações em relação aos fundamentos, o Goldman Sachs vê os níveis atuais como uma "oportunidade de compra atraente", com a empresa sendo negociada a um rendimento de 8% a 10% do fluxo de caixa livre (FCF) em 2025/2026 (ou 14% a 15% excluindo as despesas de capital de expansão).
Visão do Itaú BBA
O Itaú BBA também reafirmou sua preferência pelas ações da Gerdau no mês passado. Segundo a equipe de analistas, a empresa é a principal escolha no setor de siderurgia e mineração da América Latina, citando:
- Melhoria do dinamismo operacional no segundo semestre de 2024.
- Avaliação atrativa, com uma vantagem de desconto de fluxo de caixa (DCF) de 38% e múltiplo EV/Ebitda de 3,4 vezes, significativamente abaixo da média de 10 anos de 5,0 vezes e inferior aos pares no Brasil e nos EUA.
- Expectativa de que os resultados do segundo trimestre de 2024 marquem um ponto de virada para o Ebitda da companhia neste ciclo, com a melhoria da margem advinda principalmente da redução de custos.
Para a equipe do Itaú BBA, o fluxo de caixa da Gerdau será de 9% em 2025, abrindo caminho para dividendos sólidos e para a execução do programa de recompra recentemente anunciado.
Conclusão
Diante desse cenário, a Gerdau (GGBR4) parece apresentar uma oportunidade interessante de investimento em 2024. Com a resiliência das margens, a baixa alavancagem financeira, os planos de investimento e a atratividade da avaliação, a empresa se destaca como uma opção atraente para os investidores que buscam exposição ao setor siderúrgico e de mineração na América Latina.