O mercado de mineração e siderurgia enfrenta mais um revés nesta quinta-feira (17), com as ações do setor caindo mais de 1% no Ibovespa. A queda é impulsionada por uma nova decepção com as medidas anunciadas pela China para fortalecer o mercado imobiliário, que não foram suficientes para convencer os investidores.
Os metais industriais, como o cobre e o minério de ferro, registraram quedas expressivas, refletindo as dúvidas dos investidores sobre a capacidade das ações do governo chinês de impulsionar a atividade de construção no país. Às 10h30 (horário de Brasília), empresas como Vale (VALE3), CSN Mineração (CMIN3), Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) acumulavam perdas de ao menos 1%.
O Anúncio das Novas Medidas da China
O Ministro da Habitação da China, Ni Hong, anunciou na quinta-feira que o país expandirá um programa para apoiar a conclusão de projetos habitacionais inacabados, elevando a escala de gastos para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões). Essa quantia quase dobra os recursos anteriormente destinados a essa iniciativa, em uma tentativa de aliviar a crise imobiliária que assola o país.
No entanto, os investidores esperavam medidas ainda mais robustas por parte do governo chinês. "As políticas imobiliárias estão focadas em resolver o acúmulo de estoque de moradias, o que realmente não ajuda muito com a demanda por aço no curto prazo", afirmou Zhou Minbo, analista da GF Futures Co.
O Impacto nos Preços dos Metais
Os futuros do minério de ferro caíram mais de 5% em Cingapura, negociados abaixo de US$ 100 a tonelada. Outros metais não ferrosos, como estanho, zinco e níquel, também registraram quedas na London Metal Exchange.
O minério de ferro havia se recuperado de uma baixa de dois anos abaixo de US$ 90 no final de setembro, chegando a superar os US$ 110. Entretanto, os preços voltaram a cair, uma vez que as medidas anunciadas pelo governo chinês ficaram aquém das expectativas dos investidores.
A Visão dos Analistas
Segundo Han Jing, analista da SDIC Essence Futures Co., os investidores estão colocando muita expectativa nos anúncios de estímulo do governo chinês. "Houve uma mudança clara nas políticas, mas a escala e o ritmo ficarão claros mais gradualmente", afirmou.
Já Cameron Law, analista de commodities da Navigate Commodities, afirmou que as expectativas de estímulo fiscal na China foram frustradas, uma vez que o Ministério das Finanças não expandiu além do apoio de crédito já existente às incorporadoras imobiliárias.
"Continuamos altamente céticos em relação às contribuições positivas líquidas que essas medidas terão sobre o aço chinês e o consumo subjacente de minério de ferro no médio prazo, uma vez que os novos projetos de construção, que são o principal impulsionador da demanda por aço, continuarão a ser mantidos sob rédea curta", disse Law.
Perspectivas para o Setor
O minério de ferro acumula queda de mais de 25% neste ano, e a pressão sobre o setor não vem apenas da demanda chinesa mais fraca. A oferta relativamente forte também tem sido um fator relevante, com as três grandes mineradoras, incluindo a Vale (VALE3), elevando sua produção.
Diante desse cenário, os investidores permanecem céticos quanto à capacidade das medidas anunciadas pelo governo chinês de impulsionar a atividade de construção e, consequentemente, a demanda por metais no curto e médio prazo.
A queda nos preços dos metais industriais e a baixa nas ações do setor de mineração e siderurgia refletem essa preocupação dos investidores, que aguardam com cautela os próximos desdobramentos da crise imobiliária na China e seus impactos sobre a indústria.
Conclusão
O mercado de mineração e siderurgia enfrenta mais um revés nesta quinta-feira, com as ações do setor caindo mais de 1% no Ibovespa. A queda é impulsionada por uma nova decepção com as medidas anunciadas pela China para fortalecer o mercado imobiliário, que não foram suficientes para convencer os investidores.
Os metais industriais, como o cobre e o minério de ferro, registraram quedas expressivas, refletindo as dúvidas dos investidores sobre a capacidade das ações do governo chinês de impulsionar a atividade de construção no país. Diante desse cenário, os investidores permanecem céticos quanto à capacidade dessas medidas de impulsionar a demanda por metais no curto e médio prazo.