10 Armadilhas Comuns do Domain-Driven Design (DDD) que Você Deve Evitar

10 Armadilhas Comuns do Domain-Driven Design (DDD) que Você Deve Evitar

Domain-Driven Design (DDD) é uma abordagem estratégica importante para o desenvolvimento de software. Envolve uma compreensão profunda e modelagem de um domínio de negócios, particularmente benéfica em domínios complexos com regras de negócios, processos e interações intrincadas. No entanto, implementar efetivamente o DDD requer disciplina, uma forte compreensão do domínio e evitar armadilhas comuns que podem levar a designs abaixo do ideal e dívida técnica. Neste artigo, exploraremos 10 coisas a evitar no DDD e exemplos para ilustrar essas armadilhas.

1. Focar muito em padrões técnicos

Cenário de exemplo

Uma equipe inicia um projeto criando excessivamente repositórios, agregados e objetos de valor sem compreender totalmente o domínio do negócio. Por exemplo, eles desenvolvem um repositório complicado para gerenciar entidades de Clientes sem entender como os clientes são representados e utilizados dentro do negócio. Consequentemente, o repositório contém vários métodos desnecessários que não se alinham com os casos de uso e requisitos reais do domínio.

Solução

Em vez de se concentrar apenas em aplicar padrões técnicos, a equipe deve primeiro se aprofundar no entendimento do domínio de negócios. Isso envolve trabalhar em estreita colaboração com especialistas do domínio, fazer perguntas aprofundadas, entender os processos, regras e requisitos do negócio. Somente após essa compreensão profunda, a equipe pode começar a modelar o domínio e aplicar os padrões de DDD de maneira adequada.

2. Ignorar a ubiquidade da linguagem

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de projetos. Eles definem entidades como "Projeto", "Tarefa" e "Recurso" sem se preocupar em alinhar esses termos com a linguagem utilizada pelos especialistas do domínio. Como resultado, a equipe de desenvolvimento e os especialistas do negócio acabam usando termos diferentes para se referir aos mesmos conceitos, o que gera confusão e dificulta a comunicação.

Solução

A equipe deve estabelecer uma linguagem ubíqua, ou seja, uma linguagem comum compartilhada entre a equipe de desenvolvimento e os especialistas do domínio. Isso envolve identificar os termos-chave, suas definições e como eles se relacionam. Essa linguagem ubíqua deve ser utilizada em todo o projeto, desde a modelagem do domínio até a implementação do sistema.

3. Negligenciar a modelagem do domínio

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento financeiro. Eles decidem começar a implementar diretamente as funcionalidades, como contas, transações e relatórios, sem primeiro modelar o domínio financeiro. Como resultado, o design do sistema fica fragmentado, com acoplamento excessivo entre as diferentes partes e dificuldade em manter e evoluir o sistema no futuro.

Solução

Antes de começar a implementar, a equipe deve dedicar tempo à modelagem do domínio. Isso envolve identificar os principais conceitos, entidades, agregados, eventos de domínio e as regras de negócio que os governam. Essa modelagem deve ser feita em colaboração com os especialistas do domínio, a fim de capturar a complexidade e a riqueza do negócio de maneira precisa.

4. Ignorar a importância dos limites de contexto

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de recursos humanos. Eles decidem criar uma única entidade "Funcionário" que contém informações sobre o funcionário, seu cargo, departamento, benefícios, histórico de desempenho, entre outros. Ao longo do tempo, essa entidade se torna muito complexa e difícil de manter, pois diferentes partes do sistema têm requisitos e regras de negócio conflitantes em relação aos funcionários.

Solução

Em vez de ter uma única entidade "Funcionário", a equipe deve identificar os diferentes contextos delimitados dentro do domínio de recursos humanos, como Contratação, Folha de Pagamento, Avaliação de Desempenho, etc. Cada um desses contextos delimitados deve ter suas próprias entidades, agregados e regras de negócio, minimizando o acoplamento e facilitando a manutenção e evolução do sistema.

5. Não separar corretamente entidades e objetos de valor

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de pedidos. Eles criam uma entidade "Pedido" que contém informações sobre o cliente, os itens do pedido, o endereço de entrega, entre outros. No entanto, ao longo do tempo, essa entidade se torna muito complexa, com muitos métodos e propriedades que não estão diretamente relacionados à essência do pedido.

Solução

A equipe deve separar claramente as entidades (que têm identidade e ciclo de vida próprios) dos objetos de valor (que são imutáveis e não têm identidade). No caso do sistema de gerenciamento de pedidos, a entidade "Pedido" deve conter apenas as informações essenciais sobre o pedido, enquanto os detalhes do cliente, endereço de entrega e itens do pedido devem ser modelados como objetos de valor.

6. Não implementar corretamente agregados

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de estoque. Eles criam uma entidade "Produto" que contém informações sobre o produto, como nome, descrição, preço e quantidade em estoque. No entanto, ao atualizar a quantidade em estoque, eles enfrentam problemas de concorrência, pois várias partes do sistema estão acessando e modificando essa entidade simultaneamente.

Solução

A equipe deve implementar corretamente os agregados, que são conjuntos coesos de entidades e objetos de valor tratados como uma unidade transacional. No caso do sistema de gerenciamento de estoque, o agregado "Produto" deve conter não apenas as informações sobre o produto, mas também a quantidade em estoque. Dessa forma, todas as atualizações na quantidade em estoque são feitas dentro do contexto do agregado, garantindo a integridade dos dados.

7. Não aplicar adequadamente o padrão de repositório

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de clientes. Eles criam uma classe "ClienteDAO" que contém métodos para criar, ler, atualizar e excluir clientes diretamente no banco de dados. No entanto, à medida que o sistema cresce, essa classe se torna cada vez mais complexa, com muitos métodos específicos para diferentes requisitos de consulta.

Solução

A equipe deve aplicar corretamente o padrão de repositório, que abstrai a persistência dos dados e fornece uma interface de domínio para interagir com as entidades. Isso permite que a lógica de acesso a dados seja encapsulada e facilita a testabilidade e a evolução do sistema. No caso do sistema de gerenciamento de clientes, a equipe deve criar um repositório de clientes que encapsula todas as operações de CRUD e consultas relacionadas aos clientes.

8. Não implementar adequadamente eventos de domínio

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de pedidos. Eles criam uma entidade "Pedido" que contém informações sobre o pedido, como itens, quantidade, preço, etc. Quando um pedido é criado ou atualizado, outras partes do sistema, como o módulo de faturamento e o módulo de estoque, precisam ser notificadas para realizar suas respectivas atualizações.

Solução

A equipe deve implementar corretamente os eventos de domínio, que representam mudanças significativas no estado do domínio. No caso do sistema de gerenciamento de pedidos, a equipe deve criar eventos como "PedidoCriado" e "PedidoAtualizado" e publicá-los para que outras partes do sistema possam se inscrever e reagir a esses eventos. Isso promove um acoplamento fraco entre as diferentes partes do sistema e facilita a evolução e a manutenção do sistema.

9. Não considerar a complexidade do domínio

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de empréstimos bancários. Eles modelam o domínio de maneira simplificada, com entidades como "Empréstimo" e "Cliente". No entanto, à medida que o sistema cresce, eles se deparam com requisitos cada vez mais complexos, como diferentes tipos de empréstimos, regras de aprovação, cálculos de juros, entre outros.

Solução

A equipe deve estar preparada para lidar com a complexidade inerente ao domínio de negócios. Isso significa dedicar tempo à compreensão profunda do domínio, trabalhar em estreita colaboração com os especialistas do negócio e estar aberta a refinar e evoluir a modelagem do domínio conforme novos requisitos e complexidades surgirem. Essa abordagem permite que o sistema seja projetado de maneira robusta e escalável, capaz de lidar com a complexidade do domínio.

10. Não manter a integridade do modelo de domínio

Cenário de exemplo

Uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um sistema de gerenciamento de recursos humanos. Eles criam entidades como "Funcionário", "Departamento" e "Cargo". No entanto, à medida que o sistema evolui, eles começam a adicionar funcionalidades que não se alinham perfeitamente com o modelo de domínio original, como a capacidade de um funcionário pertencer a vários departamentos ou ter múltiplos cargos.

Solução

A equipe deve manter a integridade do modelo de domínio, evitando adições ad hoc que possam comprometer a coerência e a compreensibilidade do sistema. Quando novos requisitos surgirem, a equipe deve revisitar o modelo de domínio, refinar as entidades e agregados existentes ou introduzir novos elementos, mantendo a consistência e a clareza do design. Essa abordagem garante que o sistema permaneça alinhado com o domínio de negócios e facilita a manutenção e a evolução do sistema no longo prazo.

Evitar essas 10 armadilhas comuns do Domain-Driven Design é fundamental para garantir que sua implementação do DDD seja bem-sucedida. Ao se concentrar na compreensão profunda do domínio, na modelagem cuidadosa e na aplicação disciplinada dos padrões do DDD, sua equipe poderá desenvolver sistemas de software robustos, escaláveis e alinhados com as necessidades do negócio.

Conteúdo Relacionado

O Rails 8 sempre foi um divisor de águas...
Os aplicativos da Web são uma pedra fundamental da...
Os desenvolvedores Java enfrentam uma variedade de erros relacionados...
Com várias décadas de experiência, adoro criar aplicativos corporativos...
A escalabilidade é um fator crítico quando se trata...
Ao trabalhar em um projeto de código aberto no...
A Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez...
A maioria das organizações enfrenta desafios ao se adaptar...
Quando nós, desenvolvedores, encontramos alguns bugs em nossos logs,...
A cibersegurança é um tópico cada vez mais importante...
A experiência do desenvolvedor (DX) é um tópico cada...
Ao relatar estatísticas resumidas para resultados de testes de...
Explorando as Engrenagens do Kernel Semântico Falei um pouco...
A arquitetura de software evoluiu drasticamente nas últimas décadas,...
Como você previne alucinações de grandes modelos de linguagem...
O conceito de "jardim digital" tem ganhado cada vez...
Bloga dön

Yorum yapın

Yorumların yayınlanabilmesi için onaylanması gerektiğini lütfen unutmayın.