Coalizão Indústria Brasileira se mobiliza contra as Importações Predatórias

Coalizão Indústria Brasileira se mobiliza contra as Importações Predatórias

A Coalizão Indústria, uma entidade privada criada em 2018 que representa 13 setores da indústria brasileira responsáveis por 44% do PIB industrial, realizou uma reunião na tarde de ontem (25/09/24) em São Paulo. Nesta reunião, presidentes de 10 das 14 entidades que compõem o grupo se reuniram para apresentar números de seus respectivos setores e discutir as dificuldades enfrentadas devido às chamadas "importações predatórias".

A Indústria Brasileira Sob Ataque

O encontro começou com Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão, afirmando que "a indústria está sob ataque". Ele explicou que existem mecanismos que o país pode utilizar, assim como fizeram países desenvolvidos como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, para frear essa "concorrência desleal" dentro das regras do Comércio Exterior.

No entanto, Lopes enfatizou que é necessário que o governo adote "urgentemente uma ação tática" para responder a esse ataque, caso contrário, os segmentos que compõem a Coalizão não terão como manter os investimentos previstos, e empregos serão eliminados. Atualmente, há um déficit da Balança Comercial de Manufaturados de (-) 135 entre as exportações e as importações brasileiras, o que representa a transferência de empregos para outros países.

Investimentos em Risco

Os presidentes das associações presentes, como Marcio de Lima Leite, da Anfavea, José Jorge do Nascimento Junior, da Eletros, Renato de Souza Correia, da CBCI – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, e José Ricardo Roriz Coelho, da Abiplast, fizeram eco às preocupações de Marco Polo. Eles alertaram que estão previstos investimentos destes setores na ordem de R$825,8 bilhões, mas que, se a perda de consistência da indústria nacional continuar, esses investimentos serão "inexoravelmente suspensos" e dificilmente substituídos, causando enormes prejuízos para a nação.

A Agenda Brasil em Defesa da Indústria

A Coalizão Indústria defende três pontos básicos para cumprir a chamada "Agenda Brasil" em defesa da indústria nacional:

  1. Retomada do crescimento econômico de forma sustentada, com ajuste fiscal.
  2. Recuperação da Competitividade Sistêmica, com redução do Custo Brasil, estimado em 1,7 trilhão de reais por ano.
  3. Transição Energética e Descarbonização, com ações para maior oferta de gás natural a preços competitivos e disponibilidade de linhas de financiamento e recursos para o desenvolvimento de tecnologias disruptivas.

Soluções Específicas para Cada Setor

Marco Polo destacou que, dentro da própria Coalizão, existem interesses conflitantes, e cada entidade que representa uma atividade econômica tem um tipo de solução adequada à sua demanda. Ele deu o exemplo do setor de aço, cuja solução encontrada foi a cota-tarifa, que já está sendo testada. Segundo ele, em outros setores, as soluções podem ser diferentes, adequadas a cada caso.

Porém, no geral, a ação contra a concorrência predatória deve ser a prioridade máxima do país, além da redução ou eliminação do Custo Brasil, que já está estimado em 1,7 trilhão de reais por ano.

A Coalizão Indústria está realizando gestões junto ao governo nas várias frentes, buscando soluções para proteger a indústria nacional e garantir a manutenção dos investimentos previstos, bem como a geração de empregos para os brasileiros.

Conclusão

A reunião da Coalizão Indústria evidencia a preocupação do setor industrial brasileiro com as importações predatórias e seus impactos negativos na economia do país. A mobilização da entidade em busca de soluções junto ao governo demonstra a importância de se adotar medidas eficazes para proteger a indústria nacional e impulsionar o crescimento econômico sustentável do Brasil.

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