Rumo à Sustentabilidade: Empresas brasileiras adotam soluções inovadoras para Reduzir Emissões

Rumo à Sustentabilidade: Empresas brasileiras adotam soluções inovadoras para Reduzir Emissões

Em um cenário de urgência climática, empresas de diversos setores no Brasil estão se movimentando para adotar soluções inovadoras e alcançar a sustentabilidade. Desde a eletrificação de operações, a troca de combustíveis fósseis por alternativas mais limpas, até a implementação de programas de economia circular, essas iniciativas visam reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e cumprir as metas estabelecidas pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Corrida Contra o Tempo: Empresas se adaptam para zerar emissões

O planeta flerta com o ponto sem volta, e o corte do uso de combustíveis fósseis é urgente. Essa é a realidade apresentada por especialistas durante o 4º Summit ESG, evento promovido pelo Estadão com patrocínio de empresas como Hydro, 99, Banco BV, Bracell, Grupo Boticário, Heineken, Schneider Electric, Teatro B32 e Ultragaz.

O encontro, cujo tema "Desafio 2030. Todos unidos pelos objetivos de desenvolvimento sustentável", reuniu companhias, instituições e especialistas para debater as necessidades de zerar as emissões mundialmente até 2030. Segundo o cientista e engenheiro Carlos Afonso Nobre, climatologista e doutor em meteorologia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a meta de não passar de 1,5 graus Celsius de aquecimento global, estabelecida no Acordo de Paris, já foi ultrapassada.

"Nós, cientistas, tínhamos previsto no final de 2022, que em 2023 atingiríamos a temperatura global de 1,3 graus mais quente que em 1850 e 1900. Mas em junho do ano passado, já passamos de 1,5 graus e continuamos com a temperatura alta. No acordo da COP26 a meta era para não passar de 1,5 graus, e para isso teríamos que reduzir as emissões em 43% até 2030. Como já atingimos esse número agora, se seguirmos o mesmo critério da COP26, vamos chegar em 2050 com 2,5 graus. Um risco total", alertou Nobre.

Diante desse cenário alarmante, empresas de diversos setores, como mineração, infraestrutura, indústria e varejo, estão se adaptando e implementando soluções para reduzir suas emissões e cumprir as metas da Agenda 2030.

Hydro: Eletrificação e uso de Combustíveis Alternativos

A Hydro, mineradora com operações na Amazônia, apresentou durante o evento suas iniciativas para alcançar a sustentabilidade. Segundo o vice-presidente de Operações de Bauxita e Alumínio da Hydro, Carlos Neves, a companhia realizou a substituição de combustíveis fósseis por gás natural e implementou caldeiras elétricas em suas operações.

"Essas melhorias já tiveram uma redução de emissão em 15%, além de outras iniciativas que temos para chegar a mais 32% até o final de 2024. Instalamos uma caldeira elétrica como piloto em 2023, e teremos mais duas caldeiras elétricas que estarão em operação até dezembro deste ano. Essas três caldeiras elétricas vão reduzir 550 mil toneladas de carbono por ano", contou Neves.

Além disso, a Hydro está em fase de testes com a opção de utilizar o caroço de açaí como alternativa de combustível, em busca de soluções ainda mais sustentáveis.

Schneider Electric e Coca-Cola: Tecnologia e Inovação para a Sustentabilidade

Outras empresas também apresentaram suas iniciativas tecnológicas para impulsionar ações sustentáveis e cumprir a Agenda 2030. A Schneider Electric Brasil, por exemplo, destacou seu foco na performance energética de seus produtos e investimentos em sustentabilidade.

"Recebemos o título de empresa mais sustentável por três anos consecutivos, e isso não é fácil. Nós nos preocupamos com todos os desenvolvimentos de nossos produtos com a performance energética, provendo hardwares e softwares sendo o principal norte dos nossos investimentos a sustentabilidade", disse Regis Ataides, VP de Automação Industrial e diretor de Digitalização da Schneider Electric.

Já a Coca-Cola Company revelou projetos voltados para a economia circular, como a oferta de "cashback" para incentivar a devolução de embalagens pelos consumidores. Segundo Rodrigo Brito, diretor de Sustentabilidade da Coca-Cola América Latina, a empresa tem a meta de chegar a 25% do volume de vendas através de embalagens retornáveis.

"Uma das iniciativas já implementadas para incentivar isso, e que começou no Chile, é a inovação nas garrafas retornáveis com um QRCode, onde podemos acompanhar onde ela andou, e quando o consumidor ler esse QRCode, ele vai receber uma mensagem para devolver a garrafa e ganhar um desconto", explicou Brito, anunciando que esse sistema da Coca-Cola começará no Brasil em cinco estados do Nordeste, no início de 2024.

Heineken e Economia Circular: Ampliando o portfólio de retornáveis

Outra empresa que apresentou seu planejamento focado na circularidade é o Grupo Heineken. Segundo Mauro Homem, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos do Grupo, a cervejaria holandesa lançou um ecossistema de novos negócios chamado Heineken Spin, voltado exclusivamente para a economia circular.

"Essa é uma das nossas prioridades, e o vidro é a cadeia mais importante da Heineken, porque o alumínio já está bem equalizado no Brasil. Por isso, nós queremos ampliar nosso portfólio de retornáveis, e quando não for possível ser retornável, que seja reciclável", afirmou Homem.

Além da parceria com a Ambipar na circularidade, o Grupo Heineken, através do ecossistema Spin, também trabalha com a Rizoma Agro nas atividades de agricultura regenerativa, com o Grupo Raízen e Ultragaz em energia, e para impulsionar o empreendedorismo de marcas, a parceria com a Better Drinks e Central Única das Favelas (CUFA).

Papel do Brasil na missão de Zerar Emissões

Diante desse cenário de urgência climática e da corrida das empresas para cumprir as metas da Agenda 2030, o Brasil tem um papel fundamental a desempenhar. Segundo o cientista Carlos Afonso Nobre, o país tem todas as condições de ser o primeiro a zerar suas emissões, não em 2050, mas em 2040, se assim o desejar.

"Por isso a COP30 vai ser a mais importante de todos os tempos, e o Brasil tem todas as condições de ser o primeiro país do mundo a zerar suas emissões, não em 2050, mas em 2040, se ele quiser", afirmou Nobre.

Com a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará, em 2024, o Brasil terá a oportunidade de se destacar como líder na luta contra as mudanças climáticas e na adoção de soluções sustentáveis. Essa será uma chance única para o país mostrar sua determinação em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 e inspirar outras nações a seguirem o mesmo caminho.

Conclusão: Rumo a um futuro fustentável

As iniciativas apresentadas pelas empresas durante o 4º Summit ESG demonstram que o setor privado está se movimentando para enfrentar os desafios climáticos e cumprir as metas da Agenda 2030. Desde a eletrificação de operações, a adoção de combustíveis alternativos, até a implementação de programas de economia circular, essas soluções inovadoras têm o potencial de reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e impulsionar a transição para um futuro mais sustentável.

Com o Brasil sediando a COP30 em 2024, o país tem a oportunidade de se posicionar como líder nessa jornada rumo à sustentabilidade. Ao unir forças com o setor privado e adotar medidas ambiciosas, o Brasil pode se tornar um exemplo global de como é possível alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e contribuir para a preservação do planeta.

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