O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira 27 que vai trocar pelo menos metade dos seus ministros e também vai mudar a liderança de importantes estatais, como a petroleira PDVSA.
"Tenho uma série de anúncios, renovarei metade do gabinete executivo e anunciarei as mudanças necessárias nos diferentes Ministérios para fortalecer o governo popular", disse o líder chavista. Ao todo, o governo Maduro conta com 30 cargos de liderança, entre ministros e chefes de estatais.
Mudanças na liderança
Segundo Maduro, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, assumirá, paralelamente, o comando do estratégico Ministério do Petróleo. Rodríguez foi ratificada na vice-presidência, mas entregou o Ministério das Finanças, que também chefiava, para Anabel Pereira Fernández.
O atual ministro do Petróleo, Pedro Tellechea, que também presidia a estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), assumirá o Ministério das Indústrias. A PDVSA será comandada por seu atual vice-presidente, Héctor Obregón.
Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, será o novo ministro do Interior da Venezuela, cargo que já ocupou há 22 anos, informou o presidente Maduro.
Contexto político
As mudanças ocorrem a quase um mês após a questionada eleição que levou Maduro a ser, de acordo com dados Conselho Nacional Eleitoral, reeleito. A oposição, liderada por María Corina Machado, garante ter provas de que houve fraude e que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu o pleito.
Reação da oposição
A oposição venezuelana criticou duramente as mudanças anunciadas por Maduro, afirmando que elas fazem parte de uma "estratégia de sobrevivência" do regime chavista.
"Maduro está desesperado e tenta se agarrar ao poder com todas as forças. Essas mudanças são uma tentativa de concentrar ainda mais o poder em suas mãos e de seus aliados", disse Machado em entrevista à imprensa.
Segundo a líder opositora, as mudanças não resolverão os graves problemas econômicos e sociais que assolam a Venezuela, como a hiperinflação, a escassez de alimentos e medicamentos e a violência.
Reação da comunidade internacional
As mudanças anunciadas por Maduro também repercutiram na comunidade internacional. Países como Estados Unidos, Colômbia e Brasil criticaram a decisão, afirmando que ela representa um retrocesso democrático na Venezuela.
"Mais uma vez, Maduro mostra que não tem interesse em resolver a crise venezuelana. Ao contrário, ele está concentrando ainda mais o poder em suas mãos", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Já o presidente colombiano, Iván Duque, afirmou que as mudanças são "uma tentativa desesperada de Maduro de se manter no poder".
Conclusão
As mudanças anunciadas por Maduro evidenciam a fragilidade do regime chavista e sua tentativa de se manter no poder a qualquer custo. Apesar das críticas da oposição e da comunidade internacional, é provável que o presidente venezuelano continue a adotar medidas para consolidar seu domínio sobre o país.
Resta saber se essas mudanças serão capazes de resolver os graves problemas que afetam a Venezuela ou se, ao contrário, irão aprofundar ainda mais a crise política e econômica que assola o país.