A Indústria 4.0 provoca uma mudança fundamental em todas as dimensões do sistema socioeconómico, incluindo o mercado de trabalho. Já agora, face a uma pandemia inesperada que mudou repentinamente a forma como muitos processos de trabalho são realizados, podemos sentir o quanto é possível graças à tecnologia e a rapidez com que as soluções podem ser implementadas quando necessário. Vale, portanto, considerar o impacto do uso da tecnologia no contexto das mudanças no mercado de trabalho.
A Quarta Revolução Industrial
A quarta revolução industrial é "impulsionada" por quatro tendências tecnológicas:
- Crescimento maciço em dados, poder computacional e conectividade;
- O surgimento de ferramentas analíticas do segmento de Business Intelligence, processamento e inferência de dados, tomada de decisões de negócios;
- Novas formas de interação entre homem e máquina, por exemplo, interfaces táteis ou realidade aumentada;
- Processo aprimorado de transmissão de instruções digitais para o mundo físico (por exemplo, impressão 3D), comunicação em tempo real e coordenação contínua de processos de produção e transação com parceiros de diferentes cidades, regiões, continentes.
Responder a estas tendências tecnológicas exige que os colaboradores tenham competências, atitudes e aptidões adequadas que lhes permitam manter o equilíbrio no mercado de trabalho.
O Impacto no Mercado de Trabalho
Importa sublinhar que este problema diz respeito não só aos trabalhadores, mas também aos empregadores e aos organismos da administração pública (autoridades centrais e locais), porque a manutenção do equilíbrio do mercado de trabalho significa o acesso a recursos laborais adequados para os empregadores, a possibilidade de emprego para os trabalhadores, e para os estados reduzirem os custos de eliminação dos efeitos do desequilíbrio no mercado de trabalho.
Profissões em Risco de Automatização
O grupo de profissões com risco de automatização, ou seja, superior a 95%, incluía as seguintes profissões:
- Telefonista (99%)
- Funcionário de banco ou correio (97%)
- Agente de seguros (97%)
- Bibliotecário (97%)
- Contador, pessoal e folha de pagamento (97%)
- Recepcionista (96%)
Por outro lado, as profissões com menor risco de automação, abaixo de 4%, são:
- Terapeuta e psicólogo (0,7%)
- Enfermeiro (0,9%)
- Analista de negócios de TI, arquivista de dados e designer de sistemas (1%)
- Clero (1,6%)
- Médico (2%)
- Docente (3,2%)
As profissões relacionadas com a logística e os transportes são mais susceptíveis à automatização, mas também as que envolvem simples trabalhos de escritório. Todas as profissões que exigem qualificações baixas ou médias relacionadas com o desempenho rotineiro e repetitivo de atividades individuais correm alto risco.
Um grande grupo de profissões relacionadas ao processamento e processamento de dados, principalmente financeiros, também passará por automação e digitalização. Estima-se que, em média, 57% dos empregos nos países altamente desenvolvidos da OCDE estão em risco de automatização.
Impacto nos Países
Segundo análises da Universidade de Oxford (2016), a automação e a digitalização causarão o desaparecimento de quase metade dos empregos no mercado americano (47%) durante o próximo quarto de século. Na Polónia, quase 40% dos empregos estão em risco de automatização.
Competências Valorizadas no Mercado de Trabalho
Portanto, no contexto de um mercado de trabalho em rápida mudança, o desenvolvimento de competências digitais torna-se um factor importante, que se tornará, sem dúvida, o elemento mais importante de todo o pacote de competências valorizadas no mercado de trabalho na perspectiva de 2030.
No entanto, destaca-se também a capacidade amplamente compreendida de adaptação a mudanças rápidas, competências profissionais e de vida, bem como competências – aprendizagem, pensamento crítico e resolução de problemas, facilidade de comunicação e cooperação, capacidade de inovação e criatividade.
Estas competências serão cada vez mais valorizadas à medida que a Indústria 4.0 continua a transformar o mercado de trabalho nos próximos anos.