A biorrefinaria matogrossense Alvorada Bioenergia receberá R$ 500 milhões do Fundo Clima, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), para construção de uma planta de produção de etanol de milho.
A unidade, que está sendo construída em Canarana (MT), terá capacidade de produção de 222 milhões de litros de etanol a partir do milho de produtores da região leste do Estado. O objetivo também é produzir derivados, como farelos (DDG e DDGS) e óleo. Segundo a companhia, a energia gerada no processo industrial será usada na operação da planta.
Construção da Biorrefinaria
A inauguração da planta está prevista para o segundo semestre de 2025. O investimento na obra é de R$ 670 milhões. Além do crédito aprovado de R$ 500 milhões para a biorrefinaria, os outros R$ 170 milhões virão de recursos próprios da companhia.
A indústria de etanol começou a ser construída este ano pela Agrícola Alvorada, grupo empresarial que, desde 2002, comercializa soja e milho em Primavera do Leste (MT) e controla a biorrefinaria. De lá para cá, a empresa adicionou insumos e assistência técnica no portifólio. Hoje, tem a segunda maior capacidade estática de armazenamento de Mato Grosso (1,8 milhão de toneladas de grãos) e soma 19 unidades distribuídas por 13 municípios do Estado.
Impacto Regional e Nacional
Segundo a empresa, o formato de negócio "ajuda a explicar o aval do BNDES, porque verticaliza uma commodity já disponível na região para a geração de energia renovável". Atualmente, os produtores do Araguaia respondem por 29% da safra 2023/24 de milho do Estado, o equivalente a 13,74 milhões de toneladas, mostram dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
"A fábrica de etanol de milho será um marco tanto para a nossa empresa quanto para o Vale do Araguaia, que ganhará uma nova referência em produção de energia renovável", afirma Jarbas Weis, CEO da Alvorada Bioenergia, através de nota. A estimativa é que a indústria gere 300 empregos diretos e indiretos.
O Fundo Clima faz parte da Política Nacional sobre Mudança do Clima, do governo federal, e é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. A meta é fomentar empreendimentos que ajudam a mitigar as mudanças climáticas, reduzindo a emissão de gases do efeito estufa, por exemplo. Ontem, o BNDES também anunciou o aporte de R$ 500 milhões para a Coamo, em Campo Mourão, com o mesmo objetivo de ampliar a produção do etanol de milho.
O Mercado de Etanol de Milho no Brasil
Esse é o quinto projeto no setor de agronegócio que recebeu dinheiro do Fundo em 2024, além de ser o terceiro do segmento de transição energética a partir do biocombustível do cereal.
De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o Brasil é hoje o segundo maior produtor de etanol a partir do cereal do mundo. De 2017 a 2024, a produção passou de 500 mil litros para 6,27 bilhões de litros. Das 22 biorrefinarias em operação, 11 estão no estado de Mato Grosso.
A construção da biorrefinaria da Alvorada Bioenergia é um marco importante não apenas para a empresa, mas também para a região do Vale do Araguaia e para o mercado de etanol de milho no Brasil. O investimento de R$ 500 milhões do Fundo Clima demonstra o compromisso do governo federal em fomentar projetos que contribuam para a transição energética e a mitigação das mudanças climáticas. Com a capacidade de produção de 222 milhões de litros de etanol, a nova planta irá impulsionar ainda mais o crescimento desse segmento no país.