O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente a privatização da Eletrobras, descrevendo-a como um "crime de lesa pátria contra o povo brasileiro". Em um evento de lançamento da Política Nacional de Transição Energética, Lula expressou sua profunda tristeza ao encontrar a Eletrobras, uma empresa que ele sonhava ser tão importante quanto a Petrobras, agora privatizada.
A Importância da Eletrobras para o Brasil
A Eletrobras é uma das maiores empresas de energia elétrica da América Latina e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ela é responsável por gerar, transmitir e distribuir energia elétrica para todo o país, garantindo o abastecimento energético essencial para a indústria, o comércio e os lares brasileiros.
Ao longo de sua história, a Eletrobras se consolidou como uma empresa estratégica, capaz de investir em projetos de infraestrutura de grande porte, como a construção de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão. Essa capacidade de investimento permitiu que a empresa expandisse a oferta de energia elétrica, contribuindo para o crescimento e a modernização do setor elétrico brasileiro.
A Privatização da Eletrobras
A privatização da Eletrobras foi aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, por meio de uma medida provisória. Essa decisão foi tomada sob a alegação de que o setor privado seria mais eficiente na gestão da empresa.
No entanto, Lula discorda veementemente dessa visão. Para o presidente, a privatização da Eletrobras representa um "crime de lesa pátria contra o povo brasileiro". Ele argumenta que as empresas públicas não devem ser "destruídas" sob a premissa de que o setor privado é melhor.
O Papel do Estado na Transição Energética
Lula defende que o Estado deve cumprir sua função de forma equilibrada, não sendo nem máximo nem mínimo. Ele acredita que tanto o setor público quanto o privado têm seu papel a desempenhar, e que a privatização da Eletrobras prejudica a capacidade do Estado de liderar a transição energética do país.
A Política Nacional de Transição Energética, lançada durante o evento, é um exemplo do papel que o Estado deve assumir nesse processo. Essa política visa promover a diversificação da matriz energética brasileira, com foco no desenvolvimento de fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica.
Lula argumenta que a Eletrobras, como empresa pública, teria condições de liderar esse processo de transição, investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Ao privatizar a empresa, o governo teria abdicado dessa importante função estratégica.
O Impacto da Privatização para a População
Além das questões estratégicas, Lula também se preocupa com o impacto da privatização da Eletrobras para a população brasileira. Ele teme que a privatização possa levar a um aumento nas tarifas de energia elétrica, onerando ainda mais o orçamento das famílias.
Historicamente, as empresas públicas de energia elétrica têm conseguido manter as tarifas em níveis mais acessíveis, graças à sua capacidade de investimento e à sua missão de atender ao interesse público. Com a privatização, existe o risco de que as prioridades da empresa se voltem mais para a maximização de lucros do que para o bem-estar da população.
Conclusão
A declaração de Lula sobre a privatização da Eletrobras reflete sua preocupação com o futuro do setor elétrico brasileiro e com o papel do Estado na promoção do desenvolvimento econômico e social do país. Ele acredita que a Eletrobras, como empresa pública, teria melhores condições de liderar a transição energética e de garantir o acesso à energia elétrica a preços acessíveis para a população.
A privatização da Eletrobras é, portanto, vista por Lula como um "crime de lesa pátria", uma decisão que prejudica os interesses do povo brasileiro em favor de interesses privados. Essa é uma questão que certamente continuará a gerar debates e controvérsias no cenário político e econômico do país.