O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, informou ao presidente russo, Vladimir Putin, que é favorável a um fim "rápido" do conflito na Ucrânia, disse ele nesta terça-feira 27, após sua visita à Ucrânia.
A Índia mantém um equilíbrio delicado entre a manutenção dos laços historicamente próximos à Rússia e a busca por parcerias de segurança mais estreitas com os países ocidentais para combater a rival regional China. Nova Délhi evitou condenar explicitamente a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 e, em vez disso, convidou os dois lados a resolverem suas diferenças por meio do diálogo.
Conversa entre Modi e Putin
Modi disse que havia "trocado opiniões sobre o conflito Rússia-Ucrânia" com Putin e compartilhado suas "impressões com ele durante (sua) recente visita à Ucrânia", de acordo com uma mensagem publicada nas redes sociais. Acrescentou ainda que havia "reiterado o firme compromisso da Índia de apoiar uma resolução rápida, duradoura e pacífica do conflito".
O Kremlin também informou nesta terça-feira sobre esta troca entre os dois líderes. "Narendra Modi compartilhou sua recente visita a Kiev, destacando seu interesse em contribuir para uma possível resolução política e diplomática da situação na Ucrânia", disse a Presidência russa em um comunicado.
Visita de Modi à Ucrânia
Durante sua visita a Kiev na última sexta-feira, Modi disse ao presidente Volodimir Zelensky que "nenhum problema deve ser resolvido no campo de batalha". Essa declaração reflete a posição da Índia de buscar uma solução diplomática para o conflito, evitando se alinhar completamente com nenhum dos lados.
A Índia, que tem laços históricos com a Rússia, tem sido cautelosa em condenar abertamente a invasão russa da Ucrânia. Ao mesmo tempo, Nova Délhi tem buscado fortalecer suas parcerias com os países ocidentais, como os Estados Unidos, em meio à crescente rivalidade com a China.
Equilíbrio delicado da Índia
Essa posição de equilíbrio reflete a complexidade da situação geopolítica da Índia. De um lado, a Rússia é um importante parceiro comercial e fornecedor de armas para a Índia, especialmente em um momento de tensões crescentes com a China. Por outro lado, a Índia também busca se aproximar dos países ocidentais, como os Estados Unidos, para fortalecer sua posição regional e global.
Nesse contexto, a Índia tem adotado uma abordagem cautelosa em relação ao conflito na Ucrânia, evitando condenar abertamente a Rússia e buscando manter canais de diálogo com ambos os lados. Essa estratégia visa preservar os interesses indianos, tanto em termos econômicos quanto de segurança regional.
Papel da Índia na resolução do conflito
Apesar de sua posição de equilíbrio, a Índia tem sido vista como um possível mediador no conflito entre Rússia e Ucrânia. Sua proximidade histórica com Moscou e seus esforços para manter boas relações com o Ocidente podem lhe conferir uma posição privilegiada para buscar uma solução diplomática para o impasse.
Nesse sentido, a visita de Modi à Ucrânia e sua conversa com Putin podem ser interpretadas como uma tentativa da Índia de desempenhar um papel mais ativo na busca por uma resolução pacífica do conflito. Ao defender um fim "rápido" das hostilidades, a Índia sinaliza seu interesse em contribuir para uma solução que preserve seus interesses estratégicos na região.
Conclusão
A posição da Índia em relação ao conflito na Ucrânia reflete sua complexa realidade geopolítica. Ao buscar manter um equilíbrio entre seus laços históricos com a Rússia e suas crescentes parcerias com o Ocidente, a Índia tem adotado uma abordagem cautelosa, evitando condenar abertamente a invasão russa.
No entanto, a recente visita de Modi à Ucrânia e sua conversa com Putin sugerem que a Índia pode estar buscando desempenhar um papel mais ativo na resolução do conflito. Ao defender um fim "rápido" das hostilidades, a Índia sinaliza seu interesse em contribuir para uma solução diplomática que preserve seus interesses estratégicos na região.
Essa posição de equilíbrio da Índia reflete sua habilidade em navegar em um cenário geopolítico complexo, buscando preservar seus interesses nacionais em meio a um conflito que tem implicações globais.
