As ações da petrolífera estatal brasileira Petrobras despencaram mais de 11% na abertura das negociações em São Paulo na sexta-feira, depois que os dividendos da empresa frustraram os investidores e desencadearam rebaixamentos dos analistas.
Em divulgação de resultados do quarto trimestre na noite de quinta-feira, a Petrobras disse que pagaria 14,2 bilhões de reais (US$ 2,88 bilhões) em dividendos aos acionistas, mas os investidores também esperavam um dividendo extraordinário que não se concretizou.
Analistas do Goldman Sachs disseram aos clientes que os investidores expressaram expectativas de dividendos extraordinários de US$ 3 a 4 bilhões.
A Petrobras tem sido uma grande fonte de dinheiro para os seus acionistas nos últimos anos, principalmente durante a gestão anterior, quando a empresa pagou muito mais do que os principais pares petrolíferos ocidentais.
“A mensagem que foi passada é muito clara: os investidores devem esperar apenas dividendos mínimos para a Petrobras”, escreveram analistas do JPMorgan, dizendo que o pagamento do quarto trimestre representa um rendimento de dividendos escasso de 8,1% em 2024, “substancialmente abaixo do dos pares que normalmente entregar retornos na faixa dos adolescentes.”
O pagamento mais baixo também provocou rebaixamentos por parte dos analistas. Os analistas do Santander rebaixaram a classificação da Petrobras para “Neutra” de “Compra”, dizendo que isso envia “sinais confusos em relação à estratégia de alocação de capital de curto prazo”.
Analistas do Bradesco BBI também rebaixaram a classificação da empresa, dizendo acreditar que “os fluxos podem se afastar da Petrobras para as empresas petrolíferas chinesas, dada a recente reviravolta na disciplina de capital e os fortes programas de recompra”, mencionando também a Saudi Aramco.
A Petrobras reportou uma queda de 6,3% no lucro líquido recorrente do quarto trimestre, para 41 bilhões de reais, superando as expectativas de 35,3 bilhões de reais entre analistas consultados pela LSEG.