O serviço de streaming de música Tidal lançou novos recursos que permitem aos artistas rastrear royalties e gerenciar as músicas pelas quais têm créditos de composição na plataforma. Os royalties musicais são bizantinos em sua complexidade, mas essas novas ferramentas do Tidal buscam simplificar esse processo para os artistas.
A Complexidade dos Royalties Musicais
Nos Estados Unidos, todos os colaboradores de uma determinada faixa, incluindo os compositores e intérpretes, devem ser registrados em uma Performing Rights Organization (PRO) e obter um número de Interested Party Information (IPI) que os identifica como detentores dos direitos de uma faixa. As PROs de diferentes regiões rastreiam onde as faixas são usadas e garantem que os royalties sejam pagos aos artistas.
O maior desafio para os artistas é rastrear esses royalties e onde suas obras foram usadas. Existem diferentes direitos de royalties para reprodução mecânica (CDs, MP3s, vinis, trilhas sonoras de filmes e publicação em serviços de streaming) e performance (tocar em público, airplay ou streaming). Manter o controle de todos esses diferentes fluxos de royalties pode ser uma tarefa árdua.
As Novas Ferramentas do Tidal
Para ajudar os artistas a navegarem nesse cenário complexo, o Tidal adicionou um painel que mostra as informações de IPI, PRO e editora do artista, bem como quais de suas gravações têm todas as informações de artista e royalties registradas, faixas sem uma listagem correspondente no Tidal e quaisquer faixas que o Tidal acha que podem ser o trabalho do artista, mas não são creditadas corretamente.
Além disso, o novo kit de ferramentas do Tidal permite que os artistas verifiquem os metadados das faixas ou álbuns para ver se as divisões de royalties estão listadas com precisão — eles podem propor alterações, se necessário. Essas ferramentas são gratuitas para os artistas.
Outras Soluções em Desenvolvimento
Não é de surpreender que existam algumas startups apoiadas por capital de risco tentando resolver esse problema também. A Mogul, apoiada pela Wonder Ventures e pela United Talent Agency, oferece ferramentas que ajudam os artistas a rastrear royalties não reclamados. E a Mozaic, que levantou uma rodada Série A de US$ 20 milhões da Volition Capital, está criando uma solução que facilita a divisão de royalties entre colaboradores.
Uma Abordagem Artista-Primeira
O Tidal, de propriedade da Block, parece estar mais focado em desenvolver produtos para artistas do que para consumidores. Segundo a empresa, "Se você quer ser uma empresa verdadeiramente artista-primeiro, você tem que reconhecer que, frequentemente, o artista principal é a figura pública que associamos à faixa. Mas há todo um ecossistema de colaboradores e contribuidores que fazem o projeto acontecer. Acreditamos que os compositores são uma parte crítica do ecossistema e as ferramentas construídas para eles são antigas e complexas, então decidimos enfrentar o problema".
Essa abordagem contrasta com a do Spotify, que está lançando uma rede ampla, com recursos sociais para podcasts e música e um serviço de aprendizado online voltado para consumidores, além de deixar os artistas venderem produtos e ingressos.
O lançamento dessas novas ferramentas de rastreamento de royalties pelo Tidal é um passo importante para ajudar os artistas a obterem o devido reconhecimento e compensação pelo seu trabalho. À medida que a indústria da música continua a evoluir, é essencial que as plataformas de streaming priorizem os interesses dos artistas e compositores.