O setor de transporte rodoviário de cargas no Brasil tem enfrentado desafios constantes nos últimos anos, com variações nos custos operacionais que impactam diretamente o preço final do frete. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Índice de Frete Edenred Repom (IFR), o preço médio do frete por quilômetro rodado fechou o mês de setembro a R$ 6,44, registrando um aumento de 1,3% em relação ao mês anterior.
Esse aumento está diretamente relacionado ao crescimento da atividade industrial no país, especialmente nos setores de construção civil e bens de consumo. De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira, o setor avançou para 53,2 em setembro, de 50,4 no mês anterior, considerando a marca de 50 que separa crescimento de contração.
Demanda por Transporte Impulsiona Preço do Frete
Segundo Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Repom, a demanda por transporte do setor industrial tem sido o principal fator a impulsionar o preço do frete. "A retomada da atividade industrial, especialmente nos setores de construção civil e bens de consumo, tem gerado uma maior demanda por serviços de transporte rodoviário de cargas, o que acaba pressionando os preços", explica Fernandes.
Outro fator que merece atenção é a expectativa de aumento no preço do dólar e na taxa Selic até o final do ano. Esses dois elementos têm impacto direto nos custos de operação das empresas de transporte, tanto no preço do combustível quanto na manutenção da frota.
Preço do Diesel se Mantém Estável
Apesar do aumento no preço do frete, o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) mostra que o preço do diesel se manteve estável em setembro, com o diesel comum a R$ 6,10 e o S-10 a R$ 6,17, este último com um aumento de apenas 0,16% em relação a agosto.
Essa relativa estabilidade no preço do combustível é um alívio para as empresas de transporte, que têm no diesel um de seus principais custos operacionais. No entanto, a expectativa é de que o dólar e a taxa Selic subam até o final do ano, o que pode pressionar novamente os custos e, consequentemente, o preço do frete.
Perspectivas Positivas para o Setor
Apesar dos desafios, a expectativa para o setor de transporte rodoviário de cargas até o final do ano se mantém positiva. Fernandes acredita que a tendência de alta no preço do frete deve continuar, impulsionada pela demanda do setor industrial e pelos fatores macroeconômicos que afetam os custos operacionais.
"Estamos vendo uma retomada consistente da atividade industrial, o que deve manter a demanda por serviços de transporte em alta. Somado a isso, a expectativa de alta no dólar e na taxa Selic deve pressionar os custos das empresas de transporte, levando a novos reajustes no preço do frete", conclui o porta-voz da Edenred Repom.
Portanto, os próximos meses serão decisivos para o setor de transporte rodoviário de cargas no Brasil, com a necessidade de acompanhar de perto a evolução dos custos operacionais e a demanda do mercado, a fim de garantir a sustentabilidade do negócio e a prestação de serviços de qualidade aos clientes.
