Nesta terça-feira (27), o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, oscilava em torno dos 137 mil pontos, após renovar máxima histórica na última sessão. O mercado financeiro global demonstrava cautela, com investidores aguardando divulgações importantes na semana, incluindo o balanço da Nvidia e o índice PCE de julho nos Estados Unidos.
Cenário Internacional: Cautela e Tensões Geopolíticas
No cenário internacional, os investidores globais demonstravam cautela nos mercados de câmbio, enquanto aguardavam uma série de novos dados econômicos a serem divulgados ao longo da semana. Além disso, observavam o desenvolvimento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, com o confronto entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah no fim de semana.
Esse cenário de incertezas impulsionou uma busca por ativos seguros, fortalecendo o dólar ante suas principais moedas. No entanto, na sessão desta terça-feira, o movimento da divisa norte-americana tinha pouca oscilação, em meio a uma agenda macroeconômica esvaziada.
O principal evento da semana será a divulgação do índice PCE de julho, indicador preferido de inflação do Federal Reserve (Fed). Esse dado fornecerá sinais sobre a trajetória dos preços nos Estados Unidos e influenciará as expectativas em relação aos próximos passos do banco central americano.
Os mercados também seguem discutindo sobre o início do afrouxamento monetário no Fed em setembro, com as apostas mostrando uma chance de 71% de um corte de 25 pontos-base nos juros e uma probabilidade de 29% de uma redução maior de 50 pontos-base.
Cenário Nacional: Inflação e Expectativas para a Selic
No cenário nacional, o IBGE divulgou dados do IPCA-15 de agosto, que vieram em linha com o esperado e não alteraram as expectativas de boa parte do mercado de que o Banco Central elevará a taxa Selic dos atuais 10,50% em sua próxima reunião, em setembro.
O índice registrou alta de 0,19% em agosto na base mensal, ligeiramente abaixo da expectativa de analistas consultados pela Reuters de um avanço de 0,20%. Em 12 meses, chegou a alta de 4,35%, pouco abaixo do teto da meta do Banco Central de 4,50%.
Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, "dificilmente (o IPCA-15) muda a trajetória de uma expectativa de alta da Selic, algo que poderia ter sido evitado caso a comunicação (do BC) tivesse sido mais clara e coerente ao longo das últimas semanas".
Uma alta na Selic seria, em tese, positiva para o real, diante do aumento de diferencial de juros entre EUA e Brasil, principalmente com o início do afrouxamento monetário pelo Fed.
Mercado de Câmbio e Criptomoedas
No mercado de câmbio, o dólar tinha leve alta de 0,17% frente ao real, cotado a R$ 5,506. Apesar desse pequeno avanço no dia, a moeda americana acumula uma queda de 2,88% no mês de agosto.
Já no mercado de criptomoedas, o bitcoin apresentava queda de 1,01% nesta manhã, sendo cotado a R$ 342.993,97. A principal criptomoeda do mundo acumula perdas de 2,92% na semana e de 6,26% no mês de agosto, indicando um período de volatilidade no mercado cripto.
Conclusão
Em meio a um cenário de cautela global e dados de inflação no Brasil em linha com o esperado, o Ibovespa oscilava nesta terça-feira, mantendo-se próximo aos 137 mil pontos. Investidores aguardam divulgações importantes na semana, como o balanço da Nvidia e o índice PCE de julho nos EUA, que poderão influenciar os próximos passos do Fed e, consequentemente, os mercados financeiros.
No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central eleve a taxa Selic em sua próxima reunião, em setembro, apesar do IPCA-15 de agosto ter vindo ligeiramente abaixo do esperado. Essa alta na Selic poderia ser positiva para o real, diante do aumento do diferencial de juros com os EUA.
Portanto, os investidores permanecem atentos aos desdobramentos no cenário internacional e nacional, buscando se posicionar de forma estratégica diante das oportunidades e desafios que se apresentam.