A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira voltou a cair, embora em ritmo menor, revela a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa Produtividade na Indústria, o indicador recuou 0,3% no segundo trimestre, após cair 1,4% no primeiro trimestre do ano.
O indicador expressa a razão entre o volume produzido e o número de horas trabalhadas. De abril a junho, a produção industrial subiu 0,9%, mas as horas trabalhadas aumentaram 1,3%. Apesar da queda, a CNI considera que o recuo de 0,3% na produtividade do trabalho significa estabilidade.
Situação atual da Produtividade Industrial
De acordo com a CNI, a produção manteve o ritmo de crescimento no segundo trimestre, enquanto as horas trabalhadas continuaram a crescer, mas em ritmo menor que no trimestre anterior. Isso, segundo a confederação, indica a estabilidade do indicador. Ao medir a produtividade pelo total de trabalhadores, em vez do número de horas, o indicador tem resultados melhores, com alta de 0,4% no segundo trimestre. Segundo a CNI, esse é o melhor resultado nessa medição desde o segundo trimestre de 2022.
Na avaliação da CNI, a expectativa é que a produtividade cresça nos próximos trimestres com o fim dos ciclos de treinamento dos trabalhadores recém-contratados. Outro fator que deve melhorar a produtividade, informou a CNI, são as medidas recentes do governo federal que criam melhores condições para as empresas investirem na modernização industrial. A entidade cita as linhas de financiamento do eixo Indústria Mais Produtiva do Plano Mais Produção e a nova lei de depreciação acelerada, regulamentada recentemente.
Histórico da Produtividade Industrial
De 2013 a 2023, a produtividade da indústria brasileira acumulou queda de 1,2%. Esse resultado reflete redução de 16,5% nas horas trabalhadas e redução maior no volume produzido, de 17,4%. A queda concentrou-se nos cinco últimos anos.
Na primeira metade da década, até 2018, a produtividade industrial acumulou crescimento de 7,1%. O ganho, no entanto, foi mitigado pela queda de 7,8% na segunda metade da década. Segundo a CNI, boa parte da queda decorreu da retração da demanda e dos juros altos, que prejudicaram os investimentos da indústria.
Desafios e Perspectivas
A queda da produtividade industrial no Brasil é um desafio complexo que envolve diversos fatores, desde a retração da demanda e os juros altos até a necessidade de investimentos em modernização e treinamento de mão de obra. No entanto, a CNI aponta para algumas medidas recentes do governo federal que podem contribuir para a melhoria da produtividade nos próximos trimestres.
A expectativa é que o fim dos ciclos de treinamento dos trabalhadores recém-contratados e os investimentos em modernização industrial, impulsionados pelas linhas de financiamento e pela nova lei de depreciação acelerada, possam impulsionar a produtividade da indústria de transformação brasileira. Essa é uma tendência que deve ser acompanhada de perto, pois a retomada da produtividade é fundamental para a competitividade e o crescimento sustentável do setor industrial no país.
Diante desse cenário, é importante que empresários, trabalhadores e formuladores de políticas públicas atuem de forma coordenada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam. Somente assim será possível reverter a queda da produtividade e impulsionar o desenvolvimento da indústria de transformação brasileira.