As vendas de aços planos no Brasil apresentaram uma queda de 6,6% em setembro, totalizando 327,1 mil toneladas, de acordo com informações fornecidas pelo Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço. Essa redução, no entanto, foi acompanhada de uma ligeira alta de 1,2% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
As compras realizadas pelas distribuidoras junto às usinas produtoras de aço também registraram uma queda de 7,2%, chegando a 341,5 mil toneladas, contra 368 mil toneladas em agosto. Em relação a setembro de 2022, houve um aumento de 5,8%.
Variação do Estoque e Importações
A variação do estoque apresentou alta de 1,5% em relação ao mês anterior, chegando a 975,6 mil toneladas, o que representa um giro de 3 meses de venda, considerado um número satisfatório.
Já as importações de aço cresceram 0,6% em relação a agosto, totalizando 289,5 mil toneladas. No entanto, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, houve uma queda de 6,5%. É importante ressaltar que setembro de 2022 foi o recorde absoluto da entrada de aço importado no Brasil.
Projeção de Crescimento e Desafios
Apesar das quedas registradas em setembro, Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, projeta que o setor deve ter um crescimento de 3% em relação ao ano passado. No entanto, ele afirma que os associados do INDA vêm perdendo participação de mercado devido à forte atuação dos importadores.
Segundo Loureiro, a questão das cotas não se mostrou tão eficaz quanto se esperava, pois o uso de NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de fuga tem permitido a entrada de muito aço importado no Brasil, com preços predatórios.
Dificuldades na Exportação
Quando questionado sobre a possibilidade de as usinas aumentarem as exportações, já que o aço brasileiro é considerado um dos melhores em qualidade e eficiência, Loureiro afirmou que os mercados em que o Brasil atuava, principalmente na América Latina, foram totalmente tomados pelos chineses. Com os preços praticados, é impossível concorrer.
Medidas Antidumping
Loureiro acredita que o melhor caminho para regular o mercado, em relação à entrada predatória de produtos chineses, que respondem por 84,3% de todas as importações de aços planos, são os processos antidumping. No entanto, ele ressalta que esses processos são demorados até a sua conclusão.
Como exemplo, Loureiro citou o caso das folhas de flandres, cujo processo antidumping foi concluído, e a partir da reunião da CACEX (Câmara de Comércio Exterior) realizada em 7 de outubro, passarão a pagar 25% de imposto de importação em todas as chegadas.
Diante desse cenário, é possível observar que o setor de aços planos no Brasil enfrenta desafios relacionados à concorrência com as importações, principalmente de produtos chineses, e à dificuldade de aumentar as exportações. No entanto, a projeção de crescimento de 3% em relação ao ano passado indica que o setor ainda possui perspectivas positivas para o futuro.
Conclusão
O mercado de aços planos no Brasil apresentou uma queda nas vendas em setembro, mas com uma leve alta em comparação ao mesmo período do ano anterior. As compras junto às usinas produtoras também recuaram, assim como as importações, embora estas ainda representem uma parcela significativa do mercado.
Apesar dos desafios, o setor projeta um crescimento de 3% em relação a 2022, e medidas como os processos antidumping podem ajudar a regular a entrada de produtos importados a preços predatórios. No entanto, a perda de participação de mercado pelos distribuidores associados ao Inda é um ponto que merece atenção.
Acompanhar de perto as tendências e adotar estratégias eficazes serão fundamentais para que o setor de aços planos no Brasil possa superar os obstáculos e aproveitar as oportunidades de crescimento no mercado.