Em compasso de espera por novos dados econômicos nos Estados Unidos e sessão marcada por volatilidade, o dólar à vista (USDBRL) estendeu os ganhos da sessão anterior. Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,5027 (+0,18%). Durante a sessão, o dólar registrou a mínima intradia a R$ 5,4735.
Proteção de investimentos: dólar e ouro
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O que mexeu com o dólar hoje?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número indica uma desaceleração em relação à alta de 0,30% apurada em julho.
Na avaliação da Ativa Investimentos, o IPCA-15 de agosto ficou acima das projeções da corretora, mas "entrou em um processo de recuo". "No final das contas, embora tenhamos surpreendido para cima, trata-se apenas de uma surpresa pontual na velocidade de queda, mas a tendência de queda da inflação corrente está em curso", afirma o economista-chefe da Ativa Étore Sanchez.
A expectativa da Ativa é de que o IPCA de agosto, a ser divulgado em 10 de setembro, contribua para a manutenção da Selic em 10,50% na reunião do Copom em setembro.
Já para o Itaú BBA, o IPCA-15 de agosto veio em linha com a expectativa do banco e com "a abertura ligeiramente melhor do que a esperada, especialmente em função de alguma desaceleração mensal dos serviços subjacentes (com a devolução do choque de serviços para veículos e com serviços ligados a mão de obra abaixo do esperado)".
"Para frente, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado", afirma a economista Luciana Rabelo, do Itaú BBA.
Expectativa pelos indicados ao Banco Central
Há também a expectativa pelo anúncio dos indicados ao Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles quem vai assumir a cadeira de Roberto Campos Neto a partir de janeiro.
Hoje mais cedo, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Valderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que não há possibilidade de sabatinar os indicados ao BC na próxima semana. "Ainda não fui procurado [pelo governo]. Não tem conversa de data. […] Se não foi comunicado nada [até agora] é porque o governo não tem pressa", disse Cardoso.
Portanto, em meio a esse cenário de espera por novos dados econômicos e incertezas quanto aos rumos da política monetária, o dólar à vista segue em alta, refletindo a volatilidade do mercado. Investidores atentos devem ficar de olho nas próximas movimentações e notícias que possam impactar a cotação da moeda norte-americana frente ao real.