O custo de refeições fora de casa tem se tornado um desafio cada vez maior para os brasileiros, com o valor médio de uma refeição completa crescendo 49% desde 2019. Esse aumento não acompanha o crescimento do salário mínimo, que teve um incremento de apenas 41% no mesmo período, evidenciando a pressão que essa despesa exerce sobre o orçamento familiar.
Segundo a pesquisa + Valor, realizada pela Ticket, uma pessoa que recebe cinco salários mínimos (R$ 7.060) tem cerca de 15% de sua renda comprometida com as refeições, enquanto aqueles que recebem três salários mínimos têm em média 24% de comprometimento. Sem o benefício do vale-refeição (VR), uma pessoa precisaria desembolsar R$ 1.032,23 por mês apenas para se alimentar fora de casa durante a semana de trabalho.
Somando-se a esse valor os R$ 709,28 da cesta básica, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo da refeição chega a comprometer mais de 100% da renda. Segundo a pesquisa mensal do DIEESE, em julho, o salário necessário à população para suas atividades deveria ser de R$ 6.802,88.
O Impacto Regional
Essa realidade é ainda mais acentuada no Sudeste, onde o valor de uma refeição completa fora de casa compromete 77% do salário mínimo. Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket, ressalta que esse cenário evidencia "o esforço que os trabalhadores precisam fazer para garantir as refeições nos dias trabalhados. O que também reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas como garantia de acesso a uma refeição completa e de qualidade".
Perspectivas para o Futuro
Para 2025, o governo prevê um valor de R$ 1.502 para o salário mínimo, após uma mudança nas regras da política de valorização, com o reajuste pela inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais o crescimento do PIB dos dois anos anteriores. No entanto, é importante que essa evolução acompanhe o aumento do custo de vida, especialmente no que se refere às refeições fora de casa, para que os trabalhadores possam manter um padrão de vida digno.
A conscientização sobre essa realidade é fundamental para que políticas públicas e iniciativas empresariais possam ser desenvolvidas, visando mitigar o impacto dessa despesa no orçamento familiar. Somente assim, será possível garantir que os brasileiros tenham acesso a refeições de qualidade, sem comprometer uma parcela significativa de sua renda.
Conclusão
O custo de refeições fora de casa representa um desafio crescente para os brasileiros, com o valor médio de uma refeição completa subindo 49% desde 2019. Essa alta não acompanha o aumento do salário mínimo, evidenciando a pressão que essa despesa exerce sobre o orçamento familiar. É fundamental que políticas públicas e iniciativas empresariais sejam desenvolvidas para mitigar esse impacto e garantir que os trabalhadores tenham acesso a refeições de qualidade, sem comprometer uma parcela significativa de sua renda.