O Banco Central Europeu (BCE) deve ser cuidadoso e evitar reduzir as taxas de juros rapidamente, afirmou Joachim Nagel, dirigente do banco, em discurso preparado para evento e divulgado nesta quinta-feira (29). "Estamos perto de alcançar a inflação em 2%, mas ainda não atingimos a meta", pontuou Nagel, que também é presidente do BC da Alemanha.
O dirigente reforçou projeções do BCE de que a inflação continuará acima da meta de 2% até boa parte de 2025 e apontou que o núcleo da inflação segue elevado, o que é "uma preocupação". Na visão dele, os dirigentes precisam evitar "tomar como garantida" a queda da inflação de modo sustentado e devem adotar "postura cautelosa" em relação a política monetária.
Processo de desinflação "relativamente sem dor"
Nagel defende que o processo atual de desinflação ocorreu "relativamente sem dor até o momento", sem levar a um "aumento significativo" da taxa de desemprego e com mercado de trabalho ainda apertado em muitas economias avançadas. Ele argumenta que a política monetária restritiva apenas desacelerou a atividade econômica, mas evitou uma recessão severa.
O dirigente vê, inclusive, risco de que uma "recuperação econômica mais forte atrase o retorno da inflação à meta". Sobre o nível "R-star" das taxas de juros, Nagel reiterou que ainda é "muito difícil" estimar o patamar neutro da política monetária e que os dirigentes não devem "depender demais" dessa taxa para tomar decisões de política monetária, e sim manter postura dependente de dados.
Cautela com redução de juros
Nagel defende que o BCE deve ser cauteloso ao reduzir as taxas de juros, mesmo com a inflação próxima da meta de 2%. Ele argumenta que a desinflação até o momento ocorreu de forma "relativamente sem dor", sem levar a um aumento significativo do desemprego.
O dirigente alemão alerta que uma recuperação econômica mais forte pode atrasar o retorno da inflação à meta de 2% do BCE. Ele também reforça que ainda é muito difícil estimar o nível neutro das taxas de juros (R-star) e que os dirigentes não devem depender demais dessa taxa para definir a política monetária.
Postura dependente de dados
Nagel defende que o BCE deve manter uma postura cautelosa e dependente de dados ao definir a política monetária, evitando "tomar como garantida" a queda sustentada da inflação. Ele argumenta que o núcleo da inflação segue elevado, o que é uma preocupação.
O dirigente alemão reforça as projeções do BCE de que a inflação continuará acima da meta de 2% até boa parte de 2025. Nesse cenário, ele acredita que o banco central deve ser cuidadoso ao reduzir as taxas de juros, para evitar que uma recuperação econômica mais forte atrase o retorno da inflação à meta.
Conclusão
Joachim Nagel, dirigente do Banco Central Europeu e presidente do Bundesbank, defende que o BCE deve adotar uma postura cautelosa e dependente de dados ao definir a política monetária nos próximos anos. Ele argumenta que, mesmo com a inflação próxima da meta de 2%, o banco central deve evitar reduzir rapidamente as taxas de juros.
Na visão de Nagel, o processo de desinflação até o momento ocorreu de forma "relativamente sem dor", sem levar a um aumento significativo do desemprego. No entanto, ele alerta que uma recuperação econômica mais forte pode atrasar o retorno da inflação à meta de 2%.
Portanto, o dirigente alemão defende que o BCE mantenha uma postura cautelosa, evitando "tomar como garantida" a queda sustentada da inflação. Ele reforça que o núcleo da inflação segue elevado e que ainda é muito difícil estimar o nível neutro das taxas de juros (R-star), o que reforça a necessidade de uma política monetária dependente de dados.