A manutenção preventiva de subestações elétricas é um procedimento essencial para garantir a integridade e o bom funcionamento dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Quando realizada corretamente, essa prática não só prolonga a vida útil dos equipamentos, mas também reduz consideravelmente o risco de falhas que podem causar interrupções no abastecimento de energia e comprometer a segurança das instalações.
Neste post, exploramos as etapas chave do processo de manutenção preventiva de subestações e apresentamos dicas práticas para otimizar sua operação.
O que é manutenção preventiva de subestações?
A manutenção preventiva é um conjunto de ações planejadas e realizadas periodicamente para identificar problemas potenciais e evitar falhas em sistemas elétricos antes que eles ocorram. Nas subestações elétricas, a manutenção preventiva abrange a verificação e a substituição de componentes, a inspeção de sistemas de proteção e controle, e a realização de testes funcionais.
Subestações elétricas são instalações que fazem a transformação da tensão da energia elétrica para atender às necessidades de transmissão e distribuição. Por serem centrais para o fornecimento de energia, a falha de um único equipamento pode ocasionar cortes de energia em grandes áreas. Portanto, investir em uma estratégia de manutenção preventiva é fundamental para garantir a confiabilidade do sistema.
Principais etapas de manutenção preventiva
A seguir, descrevemos as principais etapas envolvidas na manutenção preventiva de uma subestação, com base nas boas práticas da engenharia elétrica:
Inspeção visual regular
A inspeção visual é uma das formas mais simples e eficazes de identificar problemas como oxidação, desgaste ou danos causados por roedores. Ela pode ser realizada com o sistema desenergizado ou com o auxílio de dispositivos infravermelhos durante a operação.
Limpeza dos equipamentos
A manutenção preventiva inclui a limpeza periódica de componentes como interruptores, chaves seccionadas e transformadores. A poeira e outros contaminantes podem afetar o desempenho e até causar curtos-circuitos.
Medição de resistência e continuidade
Realizar tensões elétricas, como resistência de contatos e continuidade de cabos, é essencial para verificar a integridade dos componentes. Um aumento excessivo na resistência de contatos, por exemplo, pode indicar sua manipulação.
Ensaios de isolamento
Ensaios diários no sistema de isolamento de equipamentos, como transformadores e cabos elétricos, ajudam a evitar falhas perigosas e que podem causar acidentes operacionais severos.
Teste de proteção
Os sistemas de proteção, como relés e interruptores, precisam de testes que garantam sua operação rápida e eficaz, em caso de falhas na rede elétrica. Isso inclui a avaliação dos tempos de resposta e a calibração dos relés de proteção.
Exemplo prático: Em uma subestação de 138 kV de um parque industrial, a equipe de manutenção apresenta sinais de aquecimento excessivo em um conector de barramento principal. Ao realizar os testes de continuidade, foi constatado que a resistência ao contato foi aumentada devido à oxidação. Uma substituição preventiva do conector evitava uma falha catastrófica que poderia causar uma interrupção sem fornecimento de energia para toda a planta.
Boas práticas para aumentar a vida útil dos sistemas
A aplicação adequada das rotinas de manutenção preventiva pode aumentar a vida útil das subestações e sistemas associados, reduzindo a longo prazo e evitando paradas indesejadas. Aqui estão algumas boas práticas recomendadas para engenheiros e equipes de manutenção:
Tenha um plano de manutenção bem elaborado
Um plano deve prever todas as ações preventivas e o cronograma das inspeções. Manter um histórico detalhado das intervenções também ajuda na tomada de decisões futuras sobre a substituição de equipamentos que já completaram sua vida útil operacional.
Utilize tecnologias modernas de monitoramento
Sensores de temperatura, umidade e vibração, aliados a sistemas de monitoramento contínuo, podem detectar pequenos desvios no funcionamento de componentes, permitindo intervenções mais precisas e em tempo hábil.
Formação contínua da equipe
Equipamentos em subestações estão em evolução contínua, e novos riscos podem surgir. Assim, é importante que a equipe responsável pela manutenção esteja sempre atualizada com os novos métodos e tecnologias disponíveis no mercado.
Verifique o nível de óleo isolante dos transformadores
O óleo isolante tem a função de refrigerar e isolar componentes-chave. Monitorar sua qualidade pode evitar falhas em transformadores, que são partes críticas de qualquer subestação.
Realizar auditorias de segurança regularmente
A verificação das normas de segurança deve ser considerada uma prioridade. Auditorias periódicas podem identificar condições inseguras e ajudar a implementar melhorias antes que ocorram acidentes.
Caso de uso: Em uma subestação de 230 kV, o monitoramento térmico em tempo real permitiu a detecção precoce de um aumento de temperatura em um transformador. Uma análise posterior revelou que o óleo isolante apresentava níveis críticos de impurezas. Ao substituir o óleo a tempo, foi possível evitar uma falha dispendiosa e manter a rede de distribuição operacional sem interrupções.
Conclusão
Realizar a manutenção preventiva de subestações elétricas é crucial para garantir a confiabilidade e longevidade dos sistemas. Além de evitar falhas, essa prática ajuda a elevar os níveis de segurança e melhorar o desempenho das redes elétricas. Ao implementar um plano sólido de manutenção, monitoramento contínuo e treinamento adequado da equipe, é possível obter ganhos significativos na operação e economia com reparos emergenciais e substituições inesperadas.