A ANFAVEA, entidade que representa as montadoras de veículos no Brasil, aproveitou a última coletiva de imprensa realizada no início de setembro, ocasião que contou com a presença do Vice Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin e apresentou um estudo sobre a Descarbonização da Indústria Automotiva no Brasil.
O estudo foi desenvolvido em conjunto pela Anfavea e o Boston Consulting Group, uma Consultoria Internacional especializada em estratégias, organização, eficácia operacional etc. Foram realizadas mais de 3000 entrevistas e consumidas mais de 5000 horas de trabalhos envolvendo CEOs, executivos do setor, órgãos do governo, consumidores e frotistas no Brasil, China, Europa, EUA, América Latina e Índia. O trabalho teve a duração de 13 meses.
As estatísticas do mês
O setor está comemorando o ótimo momento que está vivendo, pois em agosto registrou o maior nível de produção e a melhor média diária de vendas do ano. Foram produzidos 259.613 autoveículos com crescimento de 5,2% em relação a julho e de 14,4% na comparação com agosto de 2023. Outro recorde registrado foram as vendas diárias pois com um dia útil a menos que julho, agosto fechou com 237,4 mil unidades emplacadas, 14,3% a mais que no mesmo mês do ano passado. Foi o melhor mês no ano em média diária de vendas, com 10,8 mil unidades. O acumulado deste ano (1.623 mil) é o melhor desde 2019.
Quanto aos importados eles continuam chegando em bom número, mas mostraram ligeira queda de 1,7% em relação ao mês anterior. Porém a Anfavea estima de que há no país um estoque recorde de modelos chineses, de cerca de 81 mil unidades.
A Descarbonização da Indústria Automotiva
O estudo realizado pela Anfavea e o Boston Consulting Group abordou diversos aspectos relacionados à descarbonização da indústria automotiva no Brasil. Alguns dos principais pontos destacados no estudo incluem:
-
Metas de Redução de Emissões: O setor automotivo brasileiro se comprometeu a reduzir em 50% as emissões de CO2 até 2030, alinhado com os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris.
-
Tecnologias Alternativas: Para atingir essa meta, serão necessárias diversas tecnologias alternativas, como veículos elétricos, híbridos, de célula de combustível e de biocombustíveis avançados.
-
Infraestrutura de Recarga: Um dos principais desafios é a construção de uma rede de infraestrutura de recarga elétrica em todo o país, de forma a viabilizar a adoção em larga escala de veículos elétricos.
-
Incentivos Governamentais: O estudo aponta a necessidade de políticas públicas e incentivos governamentais para fomentar a adoção de tecnologias limpas, como isenções fiscais, subsídios e programas de financiamento.
-
Conscientização do Consumidor: Outro ponto crucial é a conscientização e engajamento do consumidor brasileiro para a adoção de veículos com menor impacto ambiental.
Cenários Futuros
O estudo apresenta três cenários possíveis para a descarbonização da indústria automotiva no Brasil até 2030:
-
Cenário Conservador: Neste cenário, a adoção de tecnologias alternativas é mais lenta, com uma participação de 30% de veículos elétricos, híbridos e de biocombustíveis na venda total de veículos.
-
Cenário Intermediário: Neste cenário, a adoção de tecnologias alternativas é mais acelerada, com uma participação de 50% de veículos elétricos, híbridos e de biocombustíveis na venda total de veículos.
-
Cenário Ambicioso: Neste cenário, a adoção de tecnologias alternativas é ainda mais rápida, com uma participação de 70% de veículos elétricos, híbridos e de biocombustíveis na venda total de veículos.
Independentemente do cenário, o estudo destaca a necessidade de ações coordenadas entre o setor privado, o governo e a sociedade para que a meta de redução de emissões seja alcançada.
Conclusão
O estudo realizado pela Anfavea e o Boston Consulting Group demonstra o compromisso do setor automotivo brasileiro com a descarbonização da indústria. Embora existam desafios a serem superados, como a construção de uma infraestrutura de recarga e a conscientização do consumidor, o setor está empenhado em adotar tecnologias alternativas e reduzir significativamente as emissões de CO2 até 2030.
Esse esforço conjunto do setor privado, do governo e da sociedade é fundamental para que o Brasil possa cumprir seus compromissos climáticos e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável.
