Em 2022, o setor de serviços brasileiro atingiu um marco histórico, com mais de 14 milhões de pessoas empregadas, de acordo com a pesquisa anual de serviços realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse patamar representa um aumento de 13,9% em comparação a 2013, demonstrando a importância crescente desse segmento para a economia do país.
Impactos da Pandemia de Covid-19
A pesquisa do IBGE também revelou os impactos da pandemia de Covid-19 no setor de serviços entre 2019 e 2021. Nesse período, o segmento de serviços prestados principalmente às famílias registrou uma queda de 92,4 mil pessoas empregadas, enquanto a atividade de serviços de alimentação perdeu 112,5 mil vagas.
Outro setor que sofreu uma redução significativa de participação desde 2007 foi o de Serviços de informação e comunicação. Durante a pandemia, entre 2020 e 2019, os serviços prestados principalmente às famílias tiveram uma redução de 2,6 pontos percentuais, mas conseguiram se recuperar e crescer por dois anos consecutivos a partir de 2021.
Concentração de Mercado e Regiões
Ao longo dos últimos 10 anos, a concentração de mercado nas oito maiores empresas do setor de serviços caiu de 9,5% para 6,8%. Essa queda foi mais acentuada nos segmentos de Serviços de informação e comunicação e de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios.
Em relação à participação da receita bruta de serviços, o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o mais representativo, responsável por 29,8% da receita operacional líquida do setor. Já o setor de Serviços de informação e comunicação teve a maior redução de importância, sendo seguido pelo aumento da representatividade dos Serviços profissionais, administrativos e complementares, principalmente na região Nordeste, onde predominou com 31% da receita.
Na região Centro-Oeste, o Transporte rodoviário foi o segmento predominante.
Remuneração no Setor de Serviços
Segundo a pesquisa, no período de 2013 a 2022, o estado que pagou a maior remuneração média foi São Paulo, com 2,9 unidades de salário mínimo. Por outro lado, Piauí e Roraima registraram as menores remunerações, com o pagamento médio de 1,3 salários mínimos.
Os salários médios mais baixos foram pagos em atividades do segmento de Serviços prestados principalmente às famílias, enquanto os maiores foram na área de Serviços de informação e comunicação.
Transformação do Setor de Serviços
Ao longo dos últimos 10 anos, foi possível observar uma mudança estrutural no principal tipo de serviço prestado. Houve uma queda da predominância dos Serviços de informação e comunicação em detrimento do avanço dos Serviços profissionais, administrativos e complementares.
Essa transformação reflete a evolução do setor de serviços no Brasil, com a crescente importância de atividades mais especializadas e de maior valor agregado. Essa tendência deve continuar a se fortalecer nos próximos anos, impulsionada pela digitalização e pela necessidade de serviços cada vez mais personalizados e eficientes.
O setor de serviços é, sem dúvida, um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, e os dados apresentados nesta pesquisa do IBGE demonstram sua resiliência e capacidade de adaptação, mesmo em um cenário desafiador como o da pandemia de Covid-19. À medida que o país se recupera e avança, é essencial que o setor de serviços continue a se fortalecer e a contribuir para a geração de empregos, renda e inovação.