O mercado brasileiro viveu um dia de forte alta nesta segunda-feira (26), impulsionado principalmente pela valorização das ações da Petrobras. Com a escalada dos preços do petróleo no mercado internacional, as empresas do setor de energia ditaram o ritmo dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa).
As ações preferenciais (PETR4) da Petrobras registraram alta de 7,26%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 8,96%. Esses foram os melhores desempenhos das ações da estatal desde agosto de 2022 e agosto de 2021, respectivamente. Ao final do pregão, a Petrobras acumulou um ganho de R$ 40,9 bilhões em valor de mercado, de acordo com cálculos da Elos Ayta.
A Influência dos Preços do Petróleo
A alta das ações da Petrobras acompanhou a valorização da commodity no mercado global. Os contratos do petróleo Brent subiram 3,05%, enquanto as opções WTI tiveram ganhos de 3,46%. Esse movimento foi impulsionado pelo agravamento da tensão no Oriente Médio, após hostilidades entre Israel e o Líbano.
Segundo Pedro Lang, economista da Valor Investimentos, a alta dos papéis ordinários, preferidos pelos investidores estrangeiros, sinaliza que o impulso da companhia veio do exterior, levando a reboque as ações preferenciais.
O Papel do Morgan Stanley
Além da influência dos preços do petróleo, a Petrobras também se destacou por conta de uma recomendação do banco de investimentos norte-americano Morgan Stanley. Mais cedo, analistas da instituição elevaram a recomendação das ADRs (ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa de Nova York) da Petrobras para "compra" e aumentaram o preço-alvo dos papéis de US$ 18 para US$ 20.
Entre os destaques apontados pelo Morgan Stanley sobre a estatal estão seus dividendos extraordinários, que têm sido alvo de atenção dos investidores.
O Desempenho do Ibovespa
Nadando contra a maré de mau humor no mercado global, o Ibovespa renovou sua máxima histórica nesta segunda-feira. Além do impulso da Petrobras, o principal índice da bolsa brasileira foi favorecido pela agenda doméstica, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Segundo Nishimura, os juros futuros reverteram a alta inicial, pressionados pela elevação das projeções para a inflação na Pesquisa Focus, com um tom mais ameno de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, em seu discurso. Além disso, os juros futuros também reagiram positivamente ao noticiário de uma reunião entre o presidente Lula e Galípolo, que é tido como certo para presidir o BC.
O Cenário Futuro
Com a continuidade da tensão geopolítica no Oriente Médio e a expectativa de uma possível mudança na liderança do Banco Central, o mercado brasileiro deve continuar acompanhando de perto os desdobramentos desses eventos. A trajetória das ações da Petrobras e do Ibovespa, bem como a evolução dos juros futuros, serão fatores-chave para determinar o rumo dos negócios nos próximos dias.
Investidores e analistas estarão atentos às próximas movimentações, buscando aproveitar as oportunidades que surgirem neste cenário de volatilidade e incertezas.