A petrolífera brasileira Prio (PRIO3) anunciou nesta quinta-feira, 30 de setembro de 2024, que fechou um acordo com a empresa chinesa Sinochem para a compra da participação de 40% desta no campo de Peregrino, localizado no Rio de Janeiro. O valor da transação é de US$ 1,9 bilhão.
Com essa aquisição, a Prio passa a deter 100% da operação do campo de Peregrino, que até então era compartilhada com a Equinor, empresa norueguesa que mantém os outros 60% do ativo.
Detalhes da Transação
De acordo com o comunicado da Prio, o negócio foi acertado no final da tarde desta quinta-feira e deve ser concluído na "madrugada" da sexta-feira, quando a companhia deverá publicar um fato relevante sobre a operação.
Segundo dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção do campo de Peregrino em julho foi de 78 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), sendo 31 kboed referentes à participação de 40% da Sinochem.
Essa produção representa uma queda em relação à média de 90 kboed registrada pela Prio no segundo trimestre deste ano.
Análise da Transação
Para o BTG Pactual, a aquisição da participação da Sinochem no campo de Peregrino não é uma surpresa, uma vez que a administração da Prio vem reforçando a estratégia de gerar valor para os acionistas por meio de fusões e aquisições.
Os analistas do banco afirmam que a compra poderá ser não apenas positiva, mas também transformadora para a Prio. Eles destacam que, mesmo com estimativas conservadoras, acreditam que o preço pago pela transação permitiria que as taxas internas de retorno (TIRs) denominadas em dólares se aproximem de 20%.
Além disso, o BTG não descarta a possibilidade de essa aquisição ser apenas o primeiro passo em uma estratégia mais ampla para eventualmente a Prio comprar a participação integral do campo de Peregrino, atualmente detida pela Equinor.
Já o Goldman Sachs, embora não tenha opinião sobre a probabilidade da transação seguir adiante, ressalta que a administração da Prio argumentou anteriormente que é capaz de gerar mais valor alocando capital a projetos com taxas de retorno superiores a 20% em dólares, em vez de remunerar os acionistas por meio de dividendos.
Conclusão
A aquisição da participação de 40% do campo de Peregrino pela Prio por US$ 1,9 bilhão é vista pelo mercado como uma movimentação estratégica da companhia, que busca gerar mais valor para seus acionistas por meio de fusões e aquisições. A transação fortalece a posição da Prio no campo de Peregrino e pode ser o primeiro passo para a empresa se tornar a única operadora do ativo.