Petrobras aposta no etanol para a transição energética

Petrobras aposta no etanol para a transição energética

A Petrobras confirmou o retorno ao segmento de etanol no detalhamento do Plano de Negócios 2025-2029 feito pela diretoria na sexta-feira (22/11). A estatal vai investir US$ 2,2 bilhões em etanol no período, com a intenção de atingir uma produção de 2 bilhões de litros por ano. A estratégia inclui parcerias com grandes empresas para "começar grande", segundo o diretor de Transição Energética, Maurício Tolmasquim. As conversas com o mercado já começaram.

A tendência das maiores empresas de petróleo

Em tempo, segundo informações da Bloomberg, a Raízen está avaliando buscar novos sócios para seus projetos de etanol. A estratégia da Petrobras está em linha com os movimentos das grandes empresas internacionais de petróleo (IOCs, na sigla em inglês) no contexto da transição energética.

Segundo a Rystad Energy, seis grandes majores (BP, Chevron, Shell, TotalEnergies, ExxonMobil e Eni) têm 43 grandes projetos de biocombustíveis em operação e implantação até 2030 em todo o mundo. Juntos, os empreendimentos podem chegar a 286 mil barris/dia. Os projetos incluem biodiesel e etanol, com grande foco em HVO e SAF. Na visão da consultoria, o movimento é um reconhecimento da crescente demanda por combustíveis sustentáveis.

A aposta da Petrobras no etanol

No caso da Petrobras, a aposta no etanol está ligada também à manutenção da relevância no longo prazo, já que o biocombustível tende a pegar uma fatia do mercado que hoje é da gasolina na demanda nacional.

Outro destaque do plano foi a confirmação do atraso dos projetos de produção em águas profundas em Sergipe (SEAP) para a próxima década. Sergipe é a principal nova fronteira de produção de gás do país.

A presidente da estatal, Magda Chambriard, reiterou os planos da companhia de retomar investimentos em fertilizantes e petroquímica e de construir novas termelétricas dentro de uma estratégia de monetização dos volumes crescentes.

Outros destaques do Plano 2025-2029 da Petrobras

Tarifas dos gasodutos em queda

É o que indica os processos de oferta de capacidade em curso para 2025. É a direção geral, observada desde a malha da TBG, no Sul, à rede da NTS e ao Nordeste, na TAG. Para o pós-2026, no entanto, o cenário das tarifas é incerto.

Bônus liberado

A diretoria da Aneel analisa na terça (26/11) o repasse de R$ 1,3 bilhão para diminuir a conta de luz dos consumidores, referente aos bônus de Itaipu. Os valores foram retidos para uma eventual utilização dos valores na residência do Rio Grande do Sul, o que não ocorreu. O MME confirmou o lançamento na semana passada.

Entrada de empresas privadas no setor nuclear

Depois da extensão no tempo de operação de Angra 1 por mais duas décadas na semana passada, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, defende a criação de um marco legal que permita a entrada de empresas privadas no setor. O executivo também voltou a defender a urgência na finalização da construção da terceira usina nuclear do país.

G20 e o hidrogênio

A declaração final da cúpula trouxe elementos defendidos pelo Brasil na agenda global da transição energética, ao considerar princípios como neutralidade tecnológica, padrões comuns de contabilidade de carbono, supervisão de características locais e direcionamento de financiamento para países emergentes. O texto abre caminhos para que o Brasil se consolide como líder na produção de hidrogênio produzido a partir de todas as rotas.

Lítio nos EUA

A ExxonMobil e o fabricante de baterias LG Chem fecharam um acordo para adequado de longo prazo de até 100 mil toneladas de carbonato de lítio. O material veio do projeto da ExxonMobil de exploração e produção de lítio Smackover, no Arkansas (EUA). O empreendimento, no entanto, ainda não tem decisão final de investimento.

Em resumo, a Petrobras está apostando forte no etanol como parte da sua estratégia de transição energética, alinhada com os movimentos das grandes empresas de petróleo internacionais. Além disso, a estatal também tem planos de investir em outras áreas como fertilizantes, petroquímica e geração de energia, buscando diversificar sua atuação e se manter relevante no longo prazo.

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