A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta sexta-feira, 4 de outubro, que a média global de preços dos alimentos subiu 3% no mês de setembro. O índice elaborado pela ONU para monitorar os preços internacionais dos principais produtos alimentícios apontou que o setor que teve a maior elevação foi o do açúcar, seguido pelos óleos comestíveis.
Açúcar e Óleos Comestíveis Lideram Alta
De acordo com o relatório da ONU, o açúcar aparece com a maior elevação no índice, citando problemas com a produção no Brasil e na Índia como os principais fatores. "Isso foi impulsionado pela piora das perspectivas de safra no Brasil e preocupações de que a decisão da Índia de suspender as restrições ao uso de cana-de-açúcar para a produção de etanol pode afetar as disponibilidades de exportação do país", explica o documento.
O segundo maior aumento ficou com os óleos comestíveis, que subiram 4,6% em média. A ONU destaca que houve elevação em todos os setores para óleos de palma, soja, girassol e colza. "O aumento nos preços internacionais do óleo de palma foi em razão da produção menor do que o esperado nos principais países produtores do Sudeste Asiático, enquanto a recuperação nas cotações do óleo de soja foi em função principalmente de esmagamentos menores do que o esperado nos Estados Unidos da América", informa.
Laticínios, Cereais e Carnes
O terceiro maior aumento ficou com os laticínios, cuja média "subiu 3,8% em setembro, com cotações altas para leite em pó integral, leite em pó desnatado, manteiga e queijo", segundo o órgão.
Na sequência aparecem os cereais, com alta de 3%, e as carnes, com aumento de 0,4%.
Impactos e Perspectivas
O aumento nos preços globais dos alimentos pode ter impactos significativos, especialmente em países em desenvolvimento, onde uma parcela maior da renda das famílias é destinada à alimentação. Isso pode afetar o acesso a alimentos e a segurança alimentar de populações vulneráveis.
Além disso, a elevação dos custos de produção e distribuição de alimentos também pode se refletir em pressões inflacionárias em diversos países, desafiando os esforços de controle da inflação por parte das autoridades econômicas.
É importante acompanhar de perto a evolução desses indicadores e as medidas que podem ser adotadas para mitigar os efeitos negativos, tanto em nível global quanto local. Políticas públicas voltadas à promoção da produtividade agrícola, à diversificação de fontes de abastecimento e à proteção de grupos vulneráveis podem ser fundamentais nesse contexto.
Conclusão
O aumento de 3% nos preços globais dos alimentos registrado em setembro pela ONU é um sinal de alerta sobre os desafios enfrentados pelo setor alimentar em nível mundial. As elevações nos custos de commodities-chave, como açúcar e óleos comestíveis, podem ter impactos significativos, especialmente em países em desenvolvimento.
É essencial que governos, empresas e a sociedade civil trabalhem de forma coordenada para encontrar soluções que garantam a segurança alimentar e a estabilidade de preços, contribuindo para o bem-estar das populações e o desenvolvimento sustentável.