A população brasileira foi estimada em 212.583.750 habitantes, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 29 de agosto de 2024, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os novos números, publicados no Diário Oficial da União, refletem a contagem de habitantes em estados e municípios até 1º de julho de 2024.
Este levantamento aponta um crescimento de 4,68% em comparação com os resultados do Censo de 2022. Em outubro de 2023, após revisar os dados iniciais, o IBGE estimou a população brasileira em 203.080.756 pessoas, uma leve correção dos 203.062.512 habitantes relatados inicialmente.
Na portaria em que divulgou os números, o IBGE cita mais de 40 processos judiciais propostos por municípios para promover o ajuste populacional, o que pode explicar o aumento substancial da população de um ano para o outro.
Distribuição da população por estados
São Paulo continua sendo o estado mais populoso do País, com 45,9 milhões de habitantes, representando 21,6% da população total do Brasil. No ano anterior, a população paulista era de 44,4 milhões.
Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 21,3 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 17,2 milhões.
Do outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 716 mil habitantes. Contudo, a unidade federativa apresentou um crescimento populacional significativo, de 12,58%, na comparação com 2023, destacando-se como a de maior aumento percentual no País.
Projeções futuras
Apesar desse aumento registrado até julho de 2024, o IBGE alertou que a população do Brasil deve começar a diminuir a partir de 2042, antecipando em seis anos a projeção anterior, feita em 2018.
Segundo as novas projeções divulgadas pelo Instituto, a população brasileira deverá continuar crescendo até 2041, quando alcançará cerca de 220 milhões de pessoas. A partir de 2042, no entanto, o País entrará em um período de declínio populacional, com a estimativa de que o número de habitantes caia para 199,2 milhões em 2070.
Fatores que influenciam a dinâmica populacional
Diversos fatores influenciam a dinâmica populacional no Brasil, como a taxa de natalidade, a expectativa de vida, os fluxos migratórios e as políticas públicas voltadas para a população.
A queda na taxa de natalidade, por exemplo, é um dos principais motivos apontados para a projeção de diminuição da população a partir de 2042. Isso se deve a mudanças nos padrões reprodutivos da sociedade brasileira, com as famílias optando por ter menos filhos.
Além disso, o aumento da expectativa de vida, resultado de avanços na área da saúde e melhoria das condições de vida, também contribui para o envelhecimento da população e a redução do crescimento demográfico.
Os fluxos migratórios, tanto internos quanto internacionais, também impactam a distribuição da população pelo território nacional. Movimentos de pessoas de regiões menos desenvolvidas para os grandes centros urbanos, bem como a entrada e saída de imigrantes, alteram a composição demográfica do País.
Nesse contexto, as políticas públicas voltadas para a população, como programas de planejamento familiar, investimentos em saúde e educação, e ações de atração e fixação de pessoas em regiões menos populosas, podem desempenhar um papel fundamental na gestão dessa dinâmica populacional.
Implicações e desafios
As transformações na estrutura populacional do Brasil trazem consigo uma série de implicações e desafios a serem enfrentados pelos gestores públicos e pela sociedade como um todo.
O envelhecimento da população, por exemplo, demandará ajustes nos sistemas de previdência e saúde, a fim de atender adequadamente as necessidades dessa parcela da população. Além disso, a redução do número de pessoas em idade ativa pode afetar a sustentabilidade do mercado de trabalho e a capacidade de financiamento de programas sociais.
Por outro lado, o crescimento populacional em determinadas regiões pode gerar pressões sobre a infraestrutura urbana, a oferta de serviços públicos e a preservação do meio ambiente. Esses desafios exigirão planejamento e investimentos estratégicos para garantir a qualidade de vida da população.
Diante desse cenário, é fundamental que o poder público e a sociedade civil se mobilizem para compreender e enfrentar os impactos das transformações demográficas no Brasil. Somente assim será possível construir um futuro sustentável e equitativo para todos os cidadãos.