A Rumo Logística, uma das principais operadoras ferroviárias do Brasil, tem desempenhado um papel fundamental na modernização e expansão da infraestrutura de transporte do país. Nos últimos anos, a empresa tem realizado investimentos estratégicos para fortalecer sua posição como um provedor de soluções logísticas integradas, conectando o interior do Brasil ao principal corredor de exportação, o Porto de Santos.
A Tese de Negócios da Rumo Logística
A tese de negócios da Rumo Logística se baseia em uma visão de longo prazo sobre as tendências globais de consumo e produção agrícola. Segundo o CEO da empresa, Pedro Palma, a companhia está atenta ao crescimento da população mundial, especialmente na Ásia, e à consequente demanda por proteína. Nesse contexto, o Brasil se destaca como um dos principais provedores dessa demanda, graças à sua vasta área agricultável e à sua capacidade de aumentar a produtividade.
"Quando analisamos o potencial de crescimento em novas áreas plantadas sem desmatamento e o balanço de risco geopolítico, o eixo do Brasil e da Argentina se sobressai, especialmente o Centro-Oeste do país, pensando em ganhos tanto de área plantada como de produtividade", afirma Palma.
Essa perspectiva tem orientado os investimentos da Rumo Logística, que busca posicionar-se como o principal provedor de soluções logísticas para essa agricultura pujante, garantindo que a produção do interior do país tenha acesso competitivo ao Porto de Santos, principal corredor de exportação para a Ásia.
Investimentos Estratégicos em Infraestrutura
Um dos exemplos recentes desses investimentos é a joint venture anunciada há dois meses entre a Rumo Logística e a CHS, a maior cooperativa de agricultores dos Estados Unidos. O projeto, que envolve um investimento de R$ 2,5 bilhões, visa a construção de um novo terminal no Porto de Santos, com capacidade para movimentar até 12,5 milhões de toneladas de grãos e fertilizantes por ano.
Segundo Palma, essa joint venture é o mais recente exemplo de uma parceria de longo prazo que ajuda a alavancar a tese de negócios da Rumo. "Temos que olhar todos os elos da balança. Não adianta colocar muita força no que chamamos de originação de carga, de atração de demanda, se em Santos não há a mesma capacidade de saída", explica o CEO.
Além desse projeto no Porto de Santos, a Rumo Logística também tem investido na expansão de sua malha ferroviária, especialmente no estado de Mato Grosso, considerado o "coração" da região produtora de grãos no Brasil. Essa extensão da ferrovia, que deve chegar a cerca de 700 quilômetros, visa conectar ainda mais o interior do país ao principal corredor de exportação.
Diversificação de Cargas e Modelos de Negócios
Embora o transporte de grãos seja a principal tese de negócios da Rumo Logística, a empresa tem buscado diversificar sua carteira de clientes e cargas. Um exemplo recente é o transporte de celulose da Suzano, a partir de um novo terminal construído em Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul.
Segundo Guilherme Penin, VP de Regulação e Sustentabilidade da Rumo, essa diversificação é possível graças aos investimentos já realizados na infraestrutura ferroviária. "Uma vez que esse custo fixo está feito, e o projeto, executado, isso permite a atração de novas cargas, como celulose, combustíveis e combustíveis e fertilizantes", afirma.
A Rumo também tem adotado diferentes modelos de negócios em seus terminais ao longo da malha ferroviária. Em alguns casos, a empresa realiza 100% do investimento, enquanto em outros, estabelece parcerias com clientes, como no terminal de açúcar em Iturama, Minas Gerais. Essa flexibilidade permite à Rumo rentabilizar seus investimentos e democratizar o acesso à infraestrutura ferroviária.
Sustentabilidade e Eficiência Logística
Além dos benefícios econômicos, a expansão da infraestrutura ferroviária liderada pela Rumo Logística também traz importantes ganhos em termos de sustentabilidade. Segundo os executivos da empresa, um trem de tamanho padrão, com 120 vagões, consegue transportar a carga equivalente a mais de 300 caminhões, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa.
"A atuação da Rumo deve ser entendida dentro de um contexto mais abrangente que envolve tanto a produção de grãos como a logística no país", afirma Guilherme Penin. "Nós combinamos a história global de consumo com a história local de prover o serviço logístico. E vimos que havia um espaço enorme de mercado a ser ocupado."
Dessa forma, a Rumo Logística se posiciona como um ator fundamental na modernização e expansão da infraestrutura de transporte do Brasil, contribuindo para a competitividade da produção agrícola nacional e para a redução do impacto ambiental do setor.
Conclusão
A Rumo Logística tem desempenhado um papel estratégico na transformação da logística brasileira, investindo em projetos de infraestrutura ferroviária que conectam o interior do país ao principal corredor de exportação. Sua tese de negócios, baseada na crescente demanda global por alimentos, tem orientado investimentos em terminais, malhas ferroviárias e parcerias que visam garantir a competitividade da produção agrícola nacional.
Ao diversificar sua carteira de clientes e adotar modelos de negócios flexíveis, a Rumo Logística demonstra sua capacidade de adaptação e inovação, consolidando sua posição como um provedor de soluções logísticas integradas e sustentáveis. Essa atuação é fundamental para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil, fortalecendo a competitividade do agronegócio e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
