A Microsoft anunciou nesta semana, durante um evento de segurança, os seus planos para evitar outro apagão cibernético como o de julho. Naquele mês, um bug em um serviço da CrowdStrike, empresa de cibersegurança, causou uma tela azul em milhões de PCs pelo mundo. A big tech estuda impedir que serviços de terceiros tenham acesso ao kernel do Windows — que foi um dos fatores do apagão cibernético.
O acesso ao kernel do Windows
Essa não é a primeira vez que a Microsoft fala de cortar o acesso ao kernel do Windows. Dias depois do apagão, a empresa publicou um texto em seu site oficial em que apontava mudanças nessa parte do sistema operacional. O kernel é a parte do SO que controla todos os elementos do PC — quase como um cérebro.
O Falcon, programa da CrowdStrike que teve o bug fatal, opera no nível do kernel do Windows. Por isso, a Microsoft quer desenvolver uma maneira de que as empresas de cibersegurança criem serviços capazes de cumprir seu objetivo sem acessar o kernel. A dificuldade é que isso exige que todas as companhias parceiras mudem o funcionamento dos seus programas.
Pressão dos órgãos reguladores
Órgãos reguladores, segundo o The Verge, pressionam a Microsoft a não tomar uma decisão unilateral. Provavelmente essa pressão existe porque poderia gerar falhas de segurança no sistema Windows, que também é usado por órgãos de segurança dos Estados Unidos e suas nações aliadas.
Na pressa para atualizar seus programas, as companhias de cibersegurança poderiam criar vulnerabilidades, o que seria tão prejudicial (ou mais) que uma tela azul global.
Riscos de uma única empresa ter acesso ao kernel
Além disso, como apontou Matthew Prince, CEO da Cloudflare, se apenas a Microsoft tiver acesso a soluções de segurança no nível do kernel, seria um risco à proteção dos dispositivos. Afinal, a cibersegurança depende de várias pessoas buscando soluções para falhas — não uma única empresa.
A Microsoft precisa encontrar um equilíbrio entre proteger o sistema operacional e permitir que empresas parceiras desenvolvam soluções de segurança eficazes. Essa não é uma tarefa fácil, mas é essencial para evitar que outro apagão cibernético aconteça no futuro.