O estado de São Paulo se prepara para receber a primeira planta industrial dedicada à produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). O projeto será desenvolvido a partir do biogás gerado por resíduos de biomassa do setor sucroenergético, uma das principais indústrias da região.
Com investimentos de 7,8 milhões de euros, o projeto é fruto de uma parceria entre o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha e a empresa Geo Bio Gas & Carbon. A iniciativa conta ainda com o apoio da Copersucar e financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Do total do investimento, 1,5 milhão de euros virá de recursos públicos alemães.
A nova planta, que deve começar a operar em 2025, terá capacidade inicial para produzir cerca de 750 litros de SAF por dia. Este combustível poderá ser misturado ao querosene de aviação (QAV), diminuindo a pegada de carbono do transporte aéreo.
Escolha estratégica
O estado de São Paulo foi escolhido para abrigar o projeto devido à abundância de biomassa, sua infraestrutura robusta e um mercado potencial significativo. Um estudo recente realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado (Semil) destacou que São Paulo possui condições ideais, como uma matriz elétrica renovável e uma economia que favorece a atração de iniciativas sustentáveis.
Natália Resende, secretária da Semil, afirmou que o projeto está alinhado com a estratégia climática do estado, que visa a redução das emissões de gases de efeito estufa, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.
Impacto na aviação sustentável
Essa planta será um marco na produção de combustíveis alternativos no Brasil e uma importante contribuição para a aviação sustentável global. O SAF produzido nessa unidade poderá ser utilizado pelas companhias aéreas, reduzindo significativamente a pegada de carbono do transporte aéreo.
A iniciativa demonstra o compromisso do estado de São Paulo em liderar a transição para uma economia mais verde e sustentável, aproveitando seu potencial em biomassa e sua posição estratégica no cenário industrial brasileiro.
Com a entrada em operação dessa planta, o Brasil dará um importante passo rumo à descarbonização do setor de aviação, contribuindo para o cumprimento de metas globais de redução de emissões e para a construção de um futuro mais sustentável para o planeta.