O Ibovespa avança com alívio na curva de juros e expectativa por decisões de política monetária

O Ibovespa avança com alívio na curva de juros e expectativa por decisões de política monetária

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, avançava nesta sexta-feira, 13 de setembro de 2024, beneficiado pelo alívio na curva de juros e pela expectativa dos investidores em relação às próximas decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Decisões de Política Monetária em Pauta

O foco dos agentes financeiros está voltado para as reuniões do Federal Reserve, o banco central americano, e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, que acontecerão na próxima semana.

De acordo com a ferramenta FedWatch, da CME, os contratos futuros de juros nos EUA embutem uma chance de 53% de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros americana, atualmente entre 5,25% e 5,50%. Já a possibilidade de uma redução mais acentuada, de 0,50 pontos, é de 47%.

No mesmo dia, após o fechamento do mercado brasileiro, o Copom divulgará sua decisão sobre a taxa Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. A maior parte das apostas está em uma alta de 0,25 ponto percentual, com os contratos de DI precificando uma chance de 94% para tal movimento. Apenas 6% dos investidores esperam um aumento mais forte, de 0,50 pontos.

Desaceleração da Economia Brasileira

Dados divulgados mais cedo mostraram uma contração da economia brasileira no início do segundo semestre, embora menor do que as previsões do mercado. O IBC-Br, indicador calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado. Economistas previam uma retração de 0,9%. Em 12 meses, o indicador acumula um avanço de 2%.

Na visão do diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a economia ainda deve se beneficiar de fatores como estímulo fiscal e crescimento da renda disponível, mas o ritmo de expansão deve ser moderado. Ele cita ainda condições monetárias domésticas ainda apertadas, níveis ainda altos de endividamento das famílias e maior incerteza política como elementos que podem mitigar os efeitos benignos na atividade.

Alívio na Curva de Juros Brasileira

Nesse contexto de desaceleração econômica e com o declínio no rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, a curva futura de juros brasileira mostrava alívio, favorecendo ações de empresas de setores cíclicos, sensíveis a juros, que eram destaque na coluna positiva do Ibovespa.

De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa segue pressionado no suporte em 133.800 pontos e passou por três testes. "O risco de realizações existe, porém a recuperação nos mercados americanos nos últimos dois pregões acendeu uma luz no fim do túnel sobre uma pausa nesse movimento de realização", afirmaram no relatório Diário do Grafista.

Destaques do Mercado

Entre os destaques positivos da sessão estavam as ações da Cogna (COGN3) e da Yduqs (YDUQ3), que avançavam após o Bank of America ter elevado a recomendação para as ações da Cogna para "neutra", citando tendências operacionais melhores e espaço de queda limitado para os papéis.

A Eztec (EZTC3) também subia, favorecida pela queda nas taxas dos DIs, com o índice do setor imobiliário na B3 (.IMOB) em alta. Já a Trisul (TRIS3), que não faz parte do Ibovespa, avançava após anunciar um programa de recompra de até 7 milhões de ações ordinárias, que representam 9,9% dos papéis em circulação.

Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) também registraram altas, em um dia positivo para o mercado acionário brasileiro.

A única ação do Ibovespa a apresentar queda foi a Ambev (ABEV3).

Conclusão

O Ibovespa avançava nesta sexta-feira, impulsionado pelo alívio na curva de juros e pela expectativa dos investidores em relação às próximas decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar da desaceleração da economia brasileira, evidenciada pelos dados do IBC-Br, o mercado acionário mostrava sinais de recuperação, com destaque para ações de setores cíclicos e sensíveis a juros.

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