O Governo Federal aumenta investimentos em Prevenção e Combate a Incêndios Florestais

O Governo Federal aumenta investimentos em Prevenção e Combate a Incêndios Florestais

O governo federal gastou R$ 63,5 milhões com prevenção e controle de incêndios florestais em 2023, um aumento de 26,2% em relação ao ano anterior, ajustado pela inflação. Apesar desse investimento, o número de registros de focos de incêndio diminuiu apenas 5,7% no mesmo período, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Investimentos Insuficientes

Especialistas afirmam que o investimento em prevenção a esse tipo de desastre ainda não é suficiente no Brasil. "Ainda é pouco. A gente precisa de mais. Agora não sei dizer o quanto. Eu não sei se tem alguém no Brasil que sabe. Porque essa é uma conta que não tem fim", disse Marcio Astrini, do Observatório Clima.

Os recursos destinados à prevenção e combate ao fogo em florestas vêm do Ministério do Meio Ambiente. Marcio enalteceu a atuação do órgão pelo aumento da verba, mas afirmou que é necessário pensar em ações governamentais amplas e que envolvam todos os ministérios da equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como Justiça, Agricultura e Minas e Energia.

Combate Direto aos Crimes Ambientais

Segundo Marcio, as melhores formas de evitar tanto o fogo quanto o gasto demasiado com esse objetivo é investir em ações que combatam diretamente os crimes de incendiar a natureza, mesmo que as ações emergenciais ainda sejam necessárias.

"Precisamos acabar com o crime, se não, não vai ter recursos que serão suficientes para limpar o prejuízo e a sujeira do crime ambiental", disse.

O professor e pesquisador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas), Guarany Osório, concorda com a análise de Marcio. "Tem que ter mesmo investimento de coordenação federal e com os entes da federação", disse.

Eventos Climáticos Extremos

Segundo ambos os especialistas, o fogo não se espalha de forma espontânea. Por mais que a seca vivenciada pelo Brasil seja histórica, haveria outras formas de evitar novos incêndios.

"Esses eventos climáticos, como seca e calor extremo, vão ser mais frequentes e intensos. Então, olhando a agenda pública, é [necessário] investir sem arrependimento nessa agenda geral", disse Guarany.

Combate à Seca

Os gastos do governo em ações de enfrentamento e adaptação aos efeitos da seca dispararam em 2023, chegando a R$ 3,4 milhões, um aumento de 15.186% em relação ao ano anterior.

A expectativa dos especialistas é que fenômenos como a seca de 2024 se repitam nos anos futuros. "Vamos ver uma situação de piora constante. Mais enchentes, mais secas, perda de safra, de produção agrícola, diminuição da capacidade de produção da hidrelétrica, aumento de custos da saúde pública do país", disse Marcio Astrini.

A Pior Seca da História

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil enfrenta a pior seca desde o início dos registros da série histórica, em 1950. A atual seca é mais severa do que as registradas em 1998 e 2015/2016 e impacta 58% do território nacional.

Apesar dos esforços do governo em aumentar os investimentos em prevenção e combate a incêndios florestais, os desafios persistem. Especialistas afirmam que é necessário uma abordagem mais abrangente, envolvendo diversos ministérios e ações de combate direto aos crimes ambientais. Além disso, o enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas, como a seca recorde, deve ser prioridade na agenda pública.

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