O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, avalia que os números atuais da economia brasileira estão bem, inclusive os próprios indicadores fiscais estão melhores que o esperado, mas existe muita preocupação com o futuro. E a principal delas é o temor de se o arcabouço fiscal vai ser respeitado ou não. "Acho que vai", disse em evento do Santander.
"Não acho que a gente vai ter um cenário tão benigno quanto se imaginava no final do ano passado. Nem tão preocupante como se imaginou em alguns momentos do segundo trimestre", disse o presidente do BTG.
No debate, que reuniu o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, Sallouti fez um rápido resumo da gangorra em que se transformou a economia, local e internacional, na primeira metade do ano. O Brasil virou o ano com o câmbio na casa dos R$ 4,80 e o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) sinalizando até seis cortes este ano.
A mudança no cenário econômico
Mas este cenário rapidamente mudou, com a inflação nos Estados Unidos mostrando resistência à queda, e um debate de que o Fed teria que voltar a elevar juros.
No Brasil, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a independência do Banco Central (BC) e o controle de gastos, acompanhadas de mudança da meta fiscal e Banco Central dividido sobre os rumos da Selic, ajudaram a azedar o ambiente.
Foi o dólar bater em R$ 5,70 que ligou a luz amarela em Brasília. "O câmbio é o que melhor tem refletido as expectativas", disse Sallouti.
Nesse momento, o governo passou a falar em respeito ao arcabouço fiscal e diretores do BC escolhidos pelo governo começaram a falar a favor de mais dureza no combate à inflação, ajudando a trazer certo alívio.
Preocupação com o futuro
Apesar dos números atuais da economia brasileira estarem melhores que o esperado, Sallouti ressalta que existe muita preocupação com o futuro. A principal delas é o temor de se o arcabouço fiscal vai ser respeitado ou não.
O CEO do BTG Pactual acredita que o arcabouço fiscal será respeitado, mas não acha que o cenário será tão benigno quanto se imaginava no final do ano passado. Também não acredita que será tão preocupante como se imaginou em alguns momentos do segundo trimestre.
Sallouti avalia que o câmbio é o que melhor tem refletido as expectativas do mercado em relação à economia brasileira. Quando o dólar chegou a R$ 5,70, isso acendeu o sinal de alerta em Brasília, levando o governo a falar em respeito ao arcabouço fiscal e os diretores do BC a se posicionarem a favor de mais dureza no combate à inflação.
Apesar das incertezas, o CEO do BTG Pactual acredita que a economia brasileira está em uma situação melhor do que se imaginava, com os indicadores fiscais melhores que o esperado. No entanto, ele ressalta que é preciso ficar atento ao futuro e ao cumprimento do arcabouço fiscal para evitar cenários mais preocupantes.