Como a seca prolongada no Brasil impactará sua conta de luz

Como a seca prolongada no Brasil impactará sua conta de luz

A seca prolongada que atinge grande parte do Brasil trará efeitos significativos na conta de luz dos brasileiros. Além dos incêndios florestais, a estiagem está impactando diretamente o nível dos reservatórios hídricos, o que provoca o acionamento de usinas térmicas para manter o equilíbrio do sistema elétrico nacional. Como essa energia é mais cara, o consumidor final acabará pagando mais.

O aumento no consumo de energia

Segundo o coordenador de eficiência energética do Grupo Energisa, Thiago Peres de Oliveira, o aumento das temperaturas e a permanência do calor elevado por períodos longos podem causar um salto de até 60% no consumo de equipamentos de refrigeração e climatização.

"Todos os brasileiros pagarão mais na conta de luz de setembro, pois a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) elevou a bandeira tarifária do mês para vermelha nível 1. Inicialmente, o patamar foi de vermelha nível 2, mas foi ajustado poucos dias depois", explica Oliveira.

Diante desse cenário, o especialista avalia que algumas mudanças de hábitos serão necessárias para frear o aumento na conta de luz e o brasileiro precisará se acostumar com um "novo normal" até que a estiagem arrefeça.

Dicas para economizar energia

Para aqueles que têm ar-condicionado, a dica é manter o aparelho em uma temperatura padrão, de 23ºC, mesmo que o calor esteja muito forte. O motivo é que, quanto mais a pessoa reduzir a temperatura do aparelho, maior será o consumo de energia.

"Há estudos que mostram que o consumo é elevado em 7% a cada grau diminuído no ar-condicionado", alerta Oliveira.

Outra orientação é deixar o ar-condicionado ligado até que o ambiente esteja em uma temperatura mais agradável para depois desligá-lo e acionar um ventilador –que consome menos energia– para manter a circulação do ar previamente refrigerado.

Uma mudança de comportamento que também é recomendada pelo coordenador do Energisa é que o consumidor prefira comprar equipamentos com selo Procel classe A, pois são mais eficientes –ainda que sejam mais caros.

Além dos equipamentos voltados para refrigeração do ambiente, Oliveira afirma que aparelhos elétricos do dia a dia também devem ser monitorados com atenção. Cita as cafeteiras elétricas.

"O 'novo normal' do consumidor exige mudanças em comportamentos básicos como, por exemplo, a conservação do café quente. Em vez de mantê-lo aquecido dentro da cafeteira elétrica, com ela ligada, transfira o café para uma garrafa térmica e desligue a cafeteira."

No caso de geladeiras, o especialista recomenda que os brasileiros façam um teste simples para ver se o eletrodoméstico está funcionando de forma eficiente.

"Uma folha de papel ajuda a identificar se o aparelho está funcionando bem ou se está gastando energia a mais. Feche a porta da geladeira com uma folha de papel. Se o papel deslizar facilmente, a borracha precisa ser trocada. Caso contrário, o equipamento está funcionando bem", diz Oliveira.

O impacto nos reservatórios hídricos

Como cerca de 60% da energia elétrica da matriz brasileira é produzida por hidrelétricas, o monitoramento dos reservatórios é essencial para projetar os cenários futuros e verificar se as térmicas precisarão ser acionadas com mais frequência.

Desde julho, o nível de água vem caindo, ao ponto que o sistema Sudeste/Centro-Oeste –referência do país– registrou um índice pouco maior que a metade (51,4%) no sábado (14.set), último dia com os dados mais atualizados da ONS (Operador Nacional do Sistema).

Diante desse cenário, é fundamental que os brasileiros adotem medidas para reduzir o consumo de energia elétrica e se acostumem com um "novo normal" até que a estiagem arrefeça. Somente assim será possível evitar um impacto ainda maior na conta de luz.

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