Em uma vitória significativa para os trabalhadores da aviação, os comissários de bordo da American Airlines se tornaram o primeiro grupo sindicalizado nos Estados Unidos a garantir pagamento pelo trabalho realizado durante o processo de embarque de passageiros. Essa conquista representa um marco importante na luta por melhores condições de trabalho e valorização da categoria.
Histórico da Negociação
Há anos, os comissários de bordo da American Airlines vinham reivindicando melhores condições de trabalho, incluindo a questão da remuneração pelo tempo dedicado ao embarque de passageiros. Esse período, que ocorre antes do fechamento das portas da aeronave, era tradicionalmente não remunerado, o que gerava insatisfação e preocupações entre os profissionais.
Após intensas negociações entre a empresa e o sindicato, a Associação de Comissários de Bordo Profissionais (AFPA) anunciou, em 12 de setembro de 2024, que um novo contrato de cinco anos havia sido firmado. Esse acordo adiciona US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 23,3 bilhões) ao contrato anterior e, pela primeira vez, garante o pagamento aos comissários de bordo pelo trabalho realizado durante o embarque.
Impacto do Novo Contrato
O novo contrato representa uma vitória significativa para os comissários de bordo da American Airlines. Além de garantir um aumento salarial de até 20,5%, o acordo também prevê um pagamento retroativo pelo tempo em que as negociações estiveram em andamento.
Segundo a presidente da AFPA, Julie Hedrick, esse contrato é um marco histórico para a categoria, pois torna os comissários de bordo da American Airlines o primeiro grupo sindicalizado a conquistar o pagamento pelo trabalho realizado durante o embarque de passageiros.
"Esse contrato é um marco significativo para os nossos comissários de bordo, garantindo aumento de salário de até 20,5%, junto a um significativo pagamento retroativo pelo tempo que estivemos em negociação," declarou Hedrick.
Contexto da Indústria Aérea
A conquista da American Airlines é ainda mais relevante quando considerado o contexto da indústria aérea nos Estados Unidos. Comissários de bordo são considerados profissionais essenciais à economia, mas não têm seus salários regulamentados pela legislação trabalhista do país.
Isso significa que é comum que esses trabalhadores sejam remunerados apenas pelas horas trabalhadas a partir do momento em que as portas do avião são fechadas, excluindo o tempo dedicado ao embarque de passageiros. Essa prática tem sido alvo de críticas e reivindicações por melhores condições de trabalho.
Impacto Potencial em Outras Companhias Aéreas
A conquista da American Airlines pode ter um efeito dominó na indústria aérea americana. Outras companhias, como a United Airlines, enfrentam ameaças de greve de seus funcionários, que também reivindicam o pagamento pelo trabalho durante o embarque.
Antes do acordo da American Airlines, a concorrente Delta chegou a remunerar seus comissários de bordo parcialmente pelo período de embarque, pagando metade do valor das horas trabalhadas após o fechamento das portas. Agora, a American Airlines estabeleceu um novo padrão, que pode pressionar outras empresas a adotarem medidas semelhantes.
Conclusão
A conquista dos comissários de bordo da American Airlines representa um importante avanço na luta por melhores condições de trabalho e valorização da categoria. Ao se tornarem o primeiro grupo sindicalizado a garantir o pagamento pelo trabalho realizado durante o embarque de passageiros, esses profissionais estabeleceram um novo marco na indústria aérea americana.
Essa vitória pode inspirar outros trabalhadores da aviação a buscarem seus direitos e melhores condições de trabalho, fortalecendo a posição dos sindicatos e promovendo uma transformação gradual no setor. À medida que outras companhias aéreas enfrentam pressões semelhantes, é possível que esse modelo se espalhe, beneficiando um número cada vez maior de comissários de bordo nos Estados Unidos.