O governo não pretende nacionalizar a empresa, as autoridades estão a olhar atentamente para os investidores privados
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, explicou a sua atitude em relação à nacionalização da Acciaierie d'Italia (ADI, antiga Ilva), uma joint venture entre a ArcelorMittal e a estatal Invitalia. Não haverá aquisição estatal, pelo contrário, o governo está de olho em vários investidores privados que manifestaram interesse no projeto. Meloni disse isso em entrevista ao canal RAI TV, Virgilio Notizie escreve.
Tal como explicou o Primeiro-Ministro, a administração de emergência neste caso era a única escolha possível. Segundo Meloni, não é correto dizer que a antiga Ilva está condenada, pois existe mercado para aço de qualidade na Europa e o governo italiano está empenhado em garantir a continuidade da produção da empresa.
«Não quero nacionalizar a Ilva. Acredito que há oportunidades para encontrar investidores privados que estejam realmente interessados em fazer o empreendimento funcionar. Existem vários desses investidores que já se ofereceram como voluntários”, explicou ela.
Esta posição vai contra a vontade dos colaboradores da ADI, que no ano passado apelaram à nacionalização e recapitalização da Acciaierie d'Italia pela Invitalia.
No início desta semana, o governo italiano introduziu uma administração de emergência na Acciaierie d'Italia, transferindo assim o controlo da empresa para comissários nomeados pelo governo, chefiados por Giancarlo Quaranta. Como relatado by Kallanish, a Quaranta tem ampla experiência com o grupo Ilva – a empresa era conhecida por esse nome antes de ser adquirida pela ArcelorMittal. Desde 2022, ele também lidera um consórcio de siderúrgicas italianas para explorar e desenvolver novas oportunidades relacionadas à produção e fornecimento de ferro reduzido direto.
A ArcelorMittal disse que a decisão de Roma pôs fim à sua participação na ADI, mas a declaração da empresa não mencionou quaisquer planos para tomar qualquer acção legal.
Conforme relatado anteriormente pelo Compraço, a Acciaierie d'Italia produziu 3 milhões de toneladas de aço em 2023. Segundo a CEO da ADI, Lucia Morselli, os estoques de armazém da empresa chegam a 1 milhão de toneladas de matérias-primas e produtos acabados. Além disso, a empresa vendeu 2,5 milhões de toneladas, mas não está especificado o período em que as vendas foram garantidas.