A ArcelorMittal Brasil, uma das maiores empresas siderúrgicas do país, anunciou a suspensão temporária da expansão de sua unidade em João Monlevade, Minas Gerais. A decisão foi tomada devido à redução da demanda interna por aço, que vem sendo impactada pelo aumento das importações, principalmente da China.
Segundo a empresa, a paralisação das obras de expansão é uma medida para se adaptar ao cenário macroeconômico atual e às oportunidades de mercado. A ArcelorMittal Brasil reforça, no entanto, que continua acreditando no crescimento do país e que não tem intenção de cancelar o projeto de expansão da unidade de Monlevade.
Impacto das importações de aço
A ArcelorMittal Brasil justificou a suspensão da expansão pelo aumento das importações de aço, principalmente da China, que enfraqueceu a demanda no mercado nacional. Esse cenário de maior concorrência com produtos importados tem afetado a indústria siderúrgica brasileira.
"Levando em consideração o cenário macroeconômico e as oportunidades de mercado, a ArcelorMittal Brasil está revendo seu plano de investimentos e decidiu paralisar por enquanto as obras do projeto de expansão da unidade Monlevade. Como acontece com qualquer projeto dessa magnitude, a empresa monitora o cenário macroeconômico e o setor siderúrgico do país, que tem sido impactado pelo aumento das importações e pelo crescimento da demanda por aço abaixo do esperado", comunicou a empresa.
Revisão dos investimentos
Apesar da suspensão temporária da expansão da unidade de Monlevade, a ArcelorMittal Brasil mantém seu plano de investimentos de US$ 25 bilhões no setor de aço brasileiro. Para a unidade de Monlevade, o investimento previsto para 2023 foi revisado de US$ 500 milhões para US$ 800 milhões, cerca de R$ 4 bilhões.
Essa revisão se deve a mudanças relacionadas a mais automação, atualização de equipamentos, obras civis mais complexas e efeito da inflação. Ou seja, a empresa está ajustando seus investimentos para se adaptar às condições atuais do mercado.
Sistema de cota-tarifa no Brasil
Outro fator que tem impactado a indústria siderúrgica brasileira é a introdução, a partir de junho deste ano, de um sistema de cota-tarifa no país. Esse sistema consiste na entrada de aço importado até o atingimento de uma cota pré-estabelecida e, a partir daí, todo o aço importado passa a pagar uma tarifa de 25%.
Apesar do pouco tempo de implantação, a ArcelorMittal Brasil já identificou "enormes 'furos' no sistema", como a mudança do NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias) de itens taxados para itens livres de taxas, ou a entrada por portos com tarifa isenta, como a Zona Franca de Manaus.
Compromisso com o mercado brasileiro
Mesmo diante desses desafios, a ArcelorMittal Brasil reafirma seu compromisso com o mercado brasileiro. A unidade de Monlevade é considerada estratégica para a empresa, principalmente pela produção de fio-máquina para o setor automotivo.
A empresa afirma que continuará monitorando o cenário macroeconômico e o setor siderúrgico, e retomará a expansão da unidade de Monlevade assim que a demanda por aço aumentar no país. Dessa forma, a ArcelorMittal Brasil demonstra sua confiança no potencial de crescimento do mercado brasileiro e sua disposição em investir no setor.
1 comentário
Moro há pouco tempo em JM, mas os “antigos” dizem que essa expansão está para acontecer há 20 anos. A verdade é outra… talvez a planta seja muita antiga, o projeto não é viável, o foco é (ou sempre será) outro.
há equipamentos no almoxarifado do bairro BAÚ comprados há mais de 10 anos – basta jogar no maps e verá que está no mesmo local. Dúvido que seja aço ou o mercado…
mas quem sou na fila do pão para questionar; melhor “acreditar” na história