A empresa levantou US$ 1,4 bilhão com a emissão de títulos de três anos. 70% do capital está investido num projeto de minério de ferro na Guiné
A maior siderúrgica do mundo, a China Baowu Steel Group, angariou 10 mil milhões de yuans (1,4 mil milhões de dólares) através de uma emissão de títulos, em parte para o projecto de minério de ferro de grande escala de Simandou, na Guiné. Nasdaq relata isso com referência ao relatório da empresa na Bolsa de Valores de Xangai.
O capital captado por meio da emissão de títulos de três anos com taxa fixa e cupom anual de 2,45% será utilizado para despesas operacionais, incluindo amortização de dívidas, capital de giro e construção de projetos. Pelo menos 70% ou cerca de mil milhões de dólares do capital angariado será usado para expandir os blocos do norte de Simandou.
O campo está dividido em quatro blocos. A WCS (controlada em 45% pelo Winning International Group de Singapura e em 35% pela Weiqiao Aluminum, uma unidade do China Hongqiao Group) detém 85% das ações na parte norte de Simandou – blocos 1 e 2. A parte sul do projeto, os blocos 3 e 4, está sendo desenvolvido pela multinacional Rio Tinto e por uma joint venture entre as chinesas Chinalco e Baowu. Espera-se que o projeto se torne a maior mina do mundo com alto teor de minério de ferro.
Segundo Baowu, todo o projeto Simandou será concluído e colocado em operação em 2026.
Tal como o Centro GMK informou anteriormente, a Guiné anunciou um concurso para o desenvolvimento do maior depósito de minério de ferro do mundo, Simandou, no verão de 2019. O país não pode desenvolver a mina sozinho devido ao elevado custo de desenvolvimento da infraestrutura necessária e à demorada disputas legais. As reservas da jazida foram estimadas em 2 bilhões de toneladas de minério de alta qualidade.
A Baowu Steel associou-se a um consórcio de Singapura para desenvolver o projeto Simandou em setembro de 2022. A mineração de minério de ferro na Guiné é uma das apostas da China para reduzir a sua dependência de fornecedores de minério de ferro na Austrália e no Brasil.
Em Março de 2023, as autoridades guineenses e os accionistas de Simandou chegaram a acordo sobre os termos da extracção conjunta de minério de ferro. Segundo Lawrence Deschambenois, da Rio Tinto, o projeto Simandou nunca esteve tão perto de ser concretizado.