Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira, 13 de setembro de 2024, uma lista detalhada de novas tarifas sobre a importação de produtos chineses de setores considerados "estratégicos", como semicondutores e carros elétricos. As medidas fazem parte da estratégia da administração Biden-Harris de combater o que consideram "práticas comerciais desleais" da China.
De acordo com o comunicado da representante de Comércio, Katherine Tai, as novas tarifas visam "defender os trabalhadores e as empresas americanas" contra as políticas e práticas prejudiciais da República Popular da China. As medidas entrarão em vigor em 27 de setembro deste ano e incluem uma taxa de 25% para baterias de carros elétricos e de 50% para painéis solares e semicondutores. No caso dos semicondutores, a tarifa será de 50% a partir de 1º de janeiro de 2025.
Impacto nas importações
As novas tarifas devem afetar cerca de 18 bilhões de dólares (R$ 101,7 bilhões na cotação atual) em importações anuais da China em setores considerados "estratégicos". Em comparação, as taxas impostas durante o governo Trump haviam alcançado produtos no valor de cerca de 300 bilhões de dólares (R$ 1,7 trilhão na cotação atual).
Segundo o documento de cerca de 100 páginas divulgado pelo governo americano, os aumentos tarifários afetarão uma ampla gama de produtos, incluindo semicondutores, painéis solares, baterias de carros elétricos e outros itens considerados essenciais para a competitividade e segurança nacional dos Estados Unidos.
Justificativa das medidas
A representante de Comércio, Katherine Tai, afirmou que as novas ações "destacam o compromisso da administração Biden-Harris de defender os trabalhadores e as empresas americanas contra as práticas comerciais desleais" da China. Essa declaração reflete a postura adotada pelo governo americano de confrontar o que considera ser uma ameaça à liderança tecnológica e econômica dos Estados Unidos.
As medidas anunciadas nesta sexta-feira ocorrem em meio ao acirramento da disputa comercial entre Washington e Pequim, que se intensificou durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos. A imposição de novas tarifas é vista como uma tentativa de pressionar a China a mudar suas políticas e práticas consideradas prejudiciais aos interesses americanos.
Reação da China
A reação da China às novas tarifas ainda não foi divulgada oficialmente. No entanto, é esperado que Pequim responda com medidas de retaliação, o que pode intensificar ainda mais as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Analistas apontam que a escalada da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China pode ter impactos significativos na economia global, afetando cadeias de suprimentos, investimentos e a confiança dos mercados. Nesse cenário, a busca por soluções diplomáticas e a redução das tensões comerciais tornam-se cada vez mais urgentes.